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Exoplanetas a apenas 35 anos-luz de distância podem ter oceanos de água

Por| Editado por Patricia Gnipper | 05 de Agosto de 2021 às 09h00

ESO/M. Kornmesser
ESO/M. Kornmesser
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Um sistema planetário chamado L 98-59, descoberto pelo telescópio espacial TESS em 2019, tem mais exoplanetas do que se imaginava. O mais interessante é que alguns deles podem ser mundos oceânicos e talvez possuam uma atmosfera capaz de sustentar vida. As novas descobertas foram feitas por uma equipe de astrônomos no Very Large Telescope do ESO, no Chile.

A estrela L 98-59 é uma anã vermelha relativamente próxima do Sol, a apenas 35 anos-luz de distância. Anteriormente, os astrônomos haviam encontrado em sua órbita três planetas através do método de trânsito, que também permitiu calcular os seus tamanhos. Agora, um instrumento chamado ESPRESSO (Echelle SPectrograph for Rocky Exoplanets and Stable Spectroscopic Observations) montado no VLT, foi usado para estudar o sistema através do método de velocidade radial.

Comparação entre o Sistema Solar e o L 98 59 (Imagem: Reprodução/ESO/L. Calçada/M. Kornmesser/ O. Demangeon)
Comparação entre o Sistema Solar e o L 98 59 (Imagem: Reprodução/ESO/L. Calçada/M. Kornmesser/ O. Demangeon)

Com essa técnica, que observa as pequenas oscilações na estrela causadas pela gravidade dos planetas que a orbitam, os astrônomos acabaram descobrindo mais sobre os mundos encontrados em 2019 e detectaram indícios da presença de outros exoplanetas "escondidos" por lá. Eles são mundos rochosos e estão localizados na parte interna do sistema estelar e um deles pode estar na zona habitável da estrela.

Embora os melhores instrumentos atuais não sejam suficientes para analisar a atmosfera de planetas rochosos pequenos, essa descoberta coloca o sistema L 98-59 na mira dos astrônomos planetários. É que, segundo o estudo, os três primeiros planetas podem conter água líquida, ingrediente fundamental para o surgimento da vida como a conhecemos. Os dois mais próximos da estrela podem conter água em pequenas quantidades, enquanto o terceiro pode ter até cerca de 30% da sua massa em água. 

Além disso, dados coletados permitiram medir as massas e os raios dos três primeiros planetas, detectados em 2019. “Se quisermos saber como é constituído um planeta, precisamos, pelo menos, de conhecer a sua massa e o seu raio”, disse Olivier Demangeon, principal autor do estudo. Desse modo, eles determinaram que o planeta mais interno do sistema tem apenas metade da massa de Vênus. Isso faz dele o exoplaneta mais leve já medido com a técnica de velocidade radial. 

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Resumindo, o sistema contém quatro planetas rochosos confirmados com um quinto possível, o mais afastado da estrela, ainda não confirmado. Se ele de fato existir, está na zona habitável do sistema, onde água líquida poderia existir em sua superfície. Já a existência do quarto planeta está confirmada, mas os astrônomos ainda não sabem sua massa e raio. 

É provável que os telescópios de próxima geração, como o James Webb, ajudem não só a confirmar a existência do quinto planeta, como também suas características. Se ele for o que os cientistas suspeitam, ele deve receber quantidades de luz semelhantes às da Terra. Se tiver uma atmosfera favorável, este quinto mundo poderia ter uma temperatura média na superfície parecida com a nossa, além de oceanos de água líquida.

Fonte: ESO