O céu não é o limite | Galáxias antigas, meteoritos, cratera lunar e mais
Por Daniele Cavalcante | Editado por Patricia Gnipper | 21 de Janeiro de 2023 às 20h00
O estudo de galáxias distantes usando dados do telescópio James Webb e outros instrumentos foi um dos grandes assuntos astronômicos da semana, mas não foi o único destaque. Imagens do Hubble, origens de supernovas misteriosas e outros assuntos também deram o que falar no mundo da astronomia.
Confira abaixo o resumo das principais notícias espaciais da semana:
Webb vê galáxias antigas mais evoluídas que o esperado
O telescópio James Webb observou mais de 800 galáxias muito antigas e, surpreendentemente, com morfologias variadas e evoluídas. Isso significa que, mesmo em um universo relativamente "infantil", as galáxias já haviam adquirido formados complexos, contrariando as expectativas dos astrônomos.
Espera-se que o Webb consiga encontrar galáxias distantes o suficiente para revelar suas aparências logo após suas formações. Embora as amostras analisadas neste novo estudo sejam incríveis, os cientistas ainda não encontraram os primeiros estágios evolutivos das galáxias e suas estruturas iniciais. Em outras palavras, ainda não sabemos como elas se formaram.
- Leia a notícia completa em: Telescópio James Webb revela surpresas em centenas de antigas galáxias
Meteorito com mais de 7kg é encontrado na Antártida
Um meteorito pesando 7,7 kg foi encontrado na Antártida, além de outras quatro rochas menores. O clima do local ajuda na preservação de objetos como estes, tornando a região um ótimo local para recuperação de fragmentos espaciais. Aliás, cerca de 45 mil meteoritos já foram recolhidos na Antártida nos últimos 50 anos.
Os cinco objetos recuperados pela pesquisa recente serão analisados no Instituto Real Belga de Ciências Naturais, enquanto a equipe procura outros micrometeoritos nos sedimentos para uma análise futura.
- Leia a notícia completa em: Cinco novos meteoritos são encontrados na Antártida
Novo radar faz fotos incríveis da Lua
Um novo sistema de radar, ainda em fase de prototipagem, registrou uma imagem de alta resolução da cratera Tycho, a maior formação de impacto da Lua. Para isso, bastou um transmissor com potência inferior à de um micro-ondas doméstico.
O transmissor de 700 watts foi instalado no telescópio Green Bank (GBT), da Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos, e apontado para a Lua. Após atingirem a superfície lunar, as ondas de rádio retornaram à Terra com os dados da topografia, a partir dos quais os cientistas obtiveram a imagem. O objetivo é desenvolver um radar mais potente para estudar objetos do Sistema Solar.
- Leia a notícia completa em: Agora é possível tirar fotos da Lua com riqueza de detalhes sem sair da Terra
Capturado sinal de rádio emitido na juventude do universo
Pela primeira vez, astrônomos encontraram um sinal de rádio emitido pelo hidrogênio atômico de uma galáxia distante, quando o universo tinha apenas 4,9 bilhões de anos. O sinal tem um comprimento de onda específico conhecido como “linha de 21 cm”, embora tenha sido "esticado" enquanto viajava até nós, devido à expansão do universo.
Esse tipo de sinal é muito difícil de ser detectado a distâncias tão grandes; a nova descoberta só foi possível graças à ajuda de uma lente gravitacional que ampliou a "luz" da galáxia. A detecção deve ajudar os cientistas a obter novas informações sobre as galáxias do universo jovem.
- Leia a notícia completa em: Radiotelescópio detecta sinal de galáxia emitido na "infância" do universo
Asteroide faz aparição inesperada em imagem do Hubble
Enquanto fotografava a galáxia anã UGC 7983, localizada a cerca de 30 milhões de anos-luz de distância, o telescópio Hubble registrou também a passagem inesperada de um asteroide. Podemos observá-lo na forma de um rastro colorido dividido em quatro partes, no lado superior esquerdo da imagem.
O asteroide tem alguns quilômetros de extensão e está muito mais próximo de nós do que a galáxia: ele é nosso vizinho, fazendo parte do Sistema Solar. Os rastros luminosos aparecem devido às quatro exposições feitas pelo Hubble separadamente. Ao serem empilhadas, as imagens criam o mosaico acima.
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Colisão de anãs brancas pode explicar "estrela" observada há 850 anos
A misteriosa nebulosa Pa 30, formada por volta do ano 1181 devido a uma supernova observada por astrônomos da China e Japão, pode ser fruto da colisão entre anãs brancas.
Um estudo observou a estrutura de Pa 30 e os filamentos finos vindos de uma estrela em seu interior. A análise revelou pouca quantidade de hidrogênio e hélio, embora haja uma riqueza em enxofre e argônio, sugerindo que uma colisão de estrelas anãs brancas deu origem à nebulosa.
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