Vale a pena comprar o Ray-Ban Meta no Brasil? Veja a opinião de quem já comprou
Por Renato Moura Jr. • Editado por Léo Müller |

Os óculos inteligentes Ray-Ban Meta, desenvolvidos em uma parceria da Meta com a marca Ray-Ban, chegaram ao Brasil com a promessa de unir tecnologia e estilo. Com câmera integrada, conectividade direta com o smartphone e assistente de voz, o dispositivo levanta uma questão importante: será que esse tipo de produto faz sentido no mercado brasileiro?
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Para entender melhor a experiência de uso, conversamos com dois compradores que têm usado os óculos em diferentes contextos. A partir das suas percepções, confira se realmente vale a pena fazer esse tipo de investimento:
Experiência no dia a dia
Segundo o advogado Matheus de Oliveira, os óculos facilitam muito a rotina pela integração com notificações e comandos rápidos. Para ele, o grande diferencial está na sensação de liberdade ao usar tecnologia sem pegar no celular.
“No dia a dia, os óculos trazem uma praticidade similar à dos AirPods, no que diz respeito à leitura de notificações e atalhos para mensagens.” Ele destaca ainda a experiência mais natural de capturar fotos e vídeos: “A possibilidade de poder retratar o mundo sob a sua perspectiva vai ser sempre o ponto alto do produto”.
Já Mariana Campanella, especialista em marketing e produção audiovisual, também compartilha um sentimento parecido.
Ela afirma que os óculos combinam agilidade com boa qualidade de imagem.
“Com um simples toque, consigo registrar momentos espontâneos sem precisar de celular, tripé ou qualquer acessório extra.”
Tecnologia que surpreende
Ambos chamaram atenção para a performance das câmeras. Matheus pontua: “certamente a qualidade do vídeo e do alto-falante me impressionaram; a estabilização também me chamou atenção”.
Mariana complementa que sua usabilidade simples ajuda muito quando se quer capturar algo inesperado: “[os óculos] captam imagens e áudio de forma simples, e a qualidade dos registros é excelente!”.
Os usuários até afirmam que os óculos podem substituir o celular no dia a dia, mas apenas parcialmente. Matheus acredita que o produto ainda não substitui um smartphone por completo.
“Pela praticidade, em algumas situações ele pode sim substituir o celular, mas ainda faltam funcionalidades para que essa seja uma realidade mais presente”.
Já Mariana viveu na prática essa autonomia momentânea: “Saí para tomar um café e só levei os óculos; foi o suficiente para capturar um momento super especial”.
Limitações que ainda atrapalham no Brasil
O principal obstáculo apontado é o idioma: muitas funções ainda não estão totalmente adaptadas ao português, o que restringe a experiência de brasileiros que não dominam outras línguas.
“Sinto que o potencial dos óculos não é totalmente explorado pela barreira do idioma” aponta Matheus. Além disso, alguns recursos populares para criadores não estão integrados: “Não poder fazer o upload de vídeos diretamente para os stories do Instagram é algo a ser corrigido” pontua o advogado.
Mariana cita apenas um ponto negativo: “Em ambientes internos, às vezes, as imagens saem um pouco granuladas”, destacando que, por melhor que seja a câmera (dentro da proposta do produto), ela ainda peca em ambientes pouco iluminados.
Vale a pena?
Todos os modelos disponíveis do Ray-Ban Meta estão custando na casa dos R$ 3.000.
Se pararmos para pensar, ele acaba sendo consideravelmente mais barato que um smartphone top de linha ou até mesmo que um intermediário premium. Contudo, como os próprios usuários destacaram, ele não chega a ser tão útil quanto um celular.
Para quem gosta de tecnologia wearable, captura espontânea de conteúdo e quer diminuir seu tempo com o celular, esse pode ser considerado um produto interessante.
A adaptação incompleta ao português ainda pesa, mas não impede o uso. Além disso, ele proporciona uma experiência totalmente nova do que estamos acostumados.
Nessas circunstâncias, pode-se afirmar que o Ray-Ban Meta vale sim a pena – desde que você esteja ciente de todas as suas limitações.
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