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Oculus Go [Análise / Review] - Grabr

Por Adriano Ponte Abreu | 16 de Julho de 2018 às 12h00

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Oculus Go [Análise / Review] - Grabr

Qual o problema de adquirir um óculos de realidade virtual? O preço? Sim, o preço é um problema para tudo no Brasil, porém podemos extrapolar ainda mais problemas para quem pensa em adquirir um óculos VR, como a necessidade de pagar por mais outro dispositivo para de fato usar os óculos (seja um computador potente, seja um celular topo de linha com tela e processamento suficientes para prender o aparelho na frente do rosto numa gambiarra funcional).

E se existisse um óculos de realidade virtual menos caro, sem nenhum desses problemas (e até mesmo sem a necessidade de usar fones de ouvido)? Um aparelho com tudo integrado e independente, só ligar e usar? Esse é o Oculus Go, uma das boas notícias que viraram realidade em 2018.

E fica um aviso para vocês: o Oculus Go não está disponível no Brasil; portanto, precisamos importá-lo utilizando o serviço do Grabr (que conecta compradores e viajantes que se ajudam entre si para terem acesso ao mundo, permitindo que você compre de qualquer lugar).

Link para você conhecer a Grabr: go.onelink.me/V8u3/grabr2018

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Oculus Go, o portátil

A proposta do Oculus Go é que se entre facilmente na realidade virtual, sem computador ou fios conectados. A unidade é feita predominantemente de plástico, com exceção para sua frente que é construída numa placa metálica; essa peça tem a função de dissipar calor, auxiliada pela passagem de ar proposital nas frestas ao redor do metal, e tudo isso funciona muito bem  — utilizar o dispositivo por longos períodos não faz a peça superaquecer ou incomodar o usuário.

Além da dissipação acertada, há a presença do tecido respirável, outro acerto para que os óculos não aqueçam de forma incômoda no rosto; do entorno disso saem as alças ajustáveis. O peso do conjunto montado é de aprox. 468 g.

Uma nota: é possível usar o espaçador incluso no kit do Oculus Go para aumentar a distância das lentes em relação ao rosto do usuário, permitindo que usuários de óculos tradicionais não tenham que retirá-los ao colocar o Oculus Go no rosto. O dispositivo utiliza lentes de Fresnel com 101º de campo de visão e com construção mais avançada que os modelos anteriores da empresa, teoricamente colocando a qualidade desse conjunto ótico acima do presente no Oculus Rift e GearVR.

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Tudo isso ajuda a explicar porque no caso específico do Oculus Go não existe a roda de foco que seria esperada para esse tipo de dispositivo, além do fato de existirem lá fora serviços oficiais para confecção de lentes com grau sob medida para o Oculus Go autorizados pela própria “Oculus”.

Por baixo dessas lentes do Oculus Go temos uma tela LCD de 5.5" com resolução de 2560 x 1440 (ou seja, 1280 x 1440 para cada olho). Essa tela é capaz de operar em 72Hz, graças a um pequeno overclock no Chipset Snapdragon 821 que move o dispositivo; esse overclock é possível graças a enorme área de dissipação de calor presente no Oculus Go (fato impossível para o GearVR da Samsung/Oculus, por exemplo).

Infelizmente a tela do Oculus Go não é somente alegrias: LCD significa obviamente que não há OLED criando as imagens (como acontece no Oculus Rift); logo, há cenas escuras não são “totalmente no escuro” de fato, apesar da boa qualidade com que o Go exibe esse tipo de conteúdo. Na prática todas as cenas “pretas” se convertem num painel "cinza", fato que diminui um pouco a imersão de alguns títulos VR.

Mais um detalhe: cenas com muita luz e sombra ao mesmo tempo deixam mais evidente o efeito de ofuscamento que é presente no dispositivo; trata-se de algo suave e fácil de se acostumar no uso, porém está presente e deixa cenas com forte luz e sombra simultânea com um efeito “leitoso”, esbranquiçado — é difícil mas acontece.

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À parte desses detalhes, temos boas imagens para a maioria do período de uso do Oculus Go, que mostra competência em seu LCD mesmo com as limitações naturais da tecnologia. Apenas pontuamos o quanto é difícil falar a verdade sem parecermos haters, ao mesmo tempo que explicar o bom funcionamento sem parecer fanboy é igualmente difícil.

Ecossistema

No primeiro uso do Oculus Go é necessário parear um celular qualquer com os óculos através do APP gratuito da “Oculus” para aparelhos móveis, onde você criará um login, definirá ou não formas de pagamento e tudo mais. Esse passo só ocorre uma vez, e a partir daí toda a experiência fica pra o Oculus Go propriamente dito, com você já inserido dentro do ambiente VR de uso.

A vantagem de estar no ambiente da “Oculus” é grande; afinal, a empresa tem um catálogo de apps considerável e traz nomes de peso para os aparelhos que tem sua participação. Não entenda mal: qualquer loja de VR é um poço sombrio que mistura vídeos 360 disfarçados de apps e jogos malfeitos, com incríveis apps sociais e jogos que mais parecem obras de arte fascinantes; essa “mistura” do bom e ruim também está presente na loja da Oculus, porém no meio dessa esperada bagunça temos necessários títulos de peso (como a Netflix).

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Só não espere encontrar produtos Google disponíveis para o Oculus (como o YouTube); caso não esteja fresco na lembrança, o Facebook comprou a Oculus em 2014, logo é esperado que as soluções próprias da rede social estejam disponíveis no lugar dos produtos concorrentes do Google, o que é péssimo para o usuário por limitar sua escolha. Existe um navegador padrão de internet disponível no Oculus Go, porém utilizá-lo para acessar os serviços Google é uma experiência muito abaixo do que a realidade virtual deveria oferecer ao usuário: é possível, mas cansativo e nada prático.

Voltando aos apps disponível, existe uma forma de facilitar a busca por novas coisas para instalar no Go: basta utilizar a loja pelo aplicativo Oculus instalado no celular, muito mais organizado e ágil para encontrar qualquer coisa. Os itens que forem selecionados para “instalar” serão enviados diretamente para o Oculus Go, e já estarão baixados (e apenas te esperando) para a próxima vez que os óculos forem colocados. Isso não ocupa espaço no seu celular, toda a instalação dos apps fica na memória interna do Oculus Go apenas.

Nota: Existem versões de 32/64GB de armazenamento interno do Oculus Go.

Controle, uso e desempenho

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O controle que acompanha o Oculus Go pesa aprox. 67 g (já com uma pilha comum instalada); ele é feito em plástico e possui um formato onde seu gatilho frontal e o painel touch superior ficam perfeitamente posicionados nos dedos.

Apesar da simplicidade do controle sua precisão é muito boa, sendo mostrado em 3D para o usuário do Oculus Go dentro da plataforma todo o tempo que for necessário, além de projetar-se uma mira laser dentro da simulação do controle. Algumas ações do painel touch requerem um "clique" físico da peça, criando mais um botão disponível. Abaixo do touch está o botão "voltar" e "home", sendo este último a tecla que realinha a visão do usuário ao ser segurada.

Caso você não tenha notado pelo controle simplificado em uma mão só, o Oculus Go foi projetado para uso sem deslocamento do usuário, sendo uma cadeira giratória a melhor experiência possível (assim como ocorre no GearVR). Por não possuir fios, você pode simular o pião da cada própria sem virar um carretel humano.

A ideia do “sem fios” vai longe ao ponto de já existirem alto-falantes internos integrados ao corpo do Oculus Go, dispensando o uso de fones de ouvido para total imersão nas experiências em VR. O microfone integrado do Go também dispensa essa preocupação por parte do usuário.

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Caso você ainda assim queira usar seu fone de estimação no lugar da solução integrada basta conectar a peça na saída de 3.5mm presente no Go.

Nosso aviso é que a qualidade sonora dos fones integrados do Go é boa, porém não entrega áudio de alta-fidelidade ou com graves envolventes — apenas é um bom áudio integrado (e nada mais). O que o usuário deverá prestar atenção nesta solução embarcada é para o suave (mas perceptível) vazamento de som que acontece no ambiente onde o Go está sendo utilizado, logo você incomodará as pessoas ao seu redor em ambientes de trabalho ou bem silenciosos.

Por ser movido por um Chipset Snapdragon 821 (+ 4GB de RAM) fica claro que o que é entregue pelo Oculus Go é praticamente a mesma experiência mobile presente no GearVR, que também exige bons Chipsets para trabalhar; mesmo com o suave "Overclock" presente nesse Snapdragon 821 ainda temos a difícil tarefa de processar e movimentar ambientes em 360º localmente, portanto espere para a maioria das paisagens e itens serem visivelmente poligonais ou compostos de formas bem simples, deixando a mixagem de luz e sombra como complemento principal para dar liga nas cenas. Não dá para esperar num dispositivo portátil desses itens muito fora dessa realidade, mas precisávamos avisar para que nunca teve contato com um dispositivo de VR antes, ou mesmo nunca experimentou algo assim no próprio celular; o Go apenas remove o celular da equação e coloca-se como "celular potente dedicado", porém ainda mantém certa limitação gráfica para uma tarefa tão pesada.

Para quem se perguntou por quanto tempo a brincadeira dura, ponha 2,5h em mente como tempo médio de funcionamento do Go até precisar interromper a diversão e recarregar os 2.600 mAh de bateria que movem o aparelho. Não é uma boa carregar o aparelho enquanto o mesmo é usado por questões térmicas. Basta tirar do rosto e colocar para carregar com o carregador incluso ou num cabo micro-USB qualquer (sim, conseguiram errar e não colocar uma USB-C num dispositivo lançado em 2018).

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Um detalhe: enquanto não está vestido, o Go hiberna automaticamente, mesmo que você esteja no meio de um APP quando remover os óculos.

Conclusão

O Oculus Go é uma das melhores opções de óculos de realidade virtual que temos disponíveis hoje. Tivemos cuidado ao não cantar essa frase antes da hora e mostramos diversos pontos negativos do produto, pois nenhum dispositivo é perfeito, nem mesmo o seu favorito da sua marca do coração.

Se tratando de VR, o Go consegue ir além do GearVR em praticidade e melhora a experiência do VR móvel, reproduzindo muito bem conteúdo offline/games offline; apesar de possuir Wi-Fi para acessar a internet, o Go não é preso ao streaming para tudo; todo o processamento é feito diretamente no dispositivo.

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Ele se destaca por tornar desnecessário ter um computador Windows ou aparelho Android, afinal, o Go roda um sistema próprio baseado em Android, assim usuários de iPhone e macOS não terão problemas em utilizar o Go, totalmente independente de outros aparelhos além de si mesmo. Espelhar um computador no Go inclusive não é função nativa, mas é possível através de apps de terceiros.

Com tudo isso na prática, temos hoje uma das melhores opções de VR casual no mercado, ainda mais ao levar o preço dele em relação aos outros óculos VR disponíveis.

Na data de publicação desta análise, o preço do Oculus Go de 32GB era de US$ 200, e o modelo de 64GB US$ 250, vendidos apenas no exterior. Se você curte VR casual, esse é o melhor dispositivo do momento para isso.