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Starlink bloqueia 2.500 antenas usadas para aplicar golpes pela internet

Por  • Editado por Léo Müller |  • 

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Erick Teixeira/Canaltech
Erick Teixeira/Canaltech

Mais de 2.500 terminais da internet via satélite Starlink foram desativados por suspeita de uso em operações de fraude em Mianmar, no Sudeste Asiático. Portais internacionais apontam que os golpes incluem fraudes amorosas (estelionato sentimental) e de investimentos, que enganam vítimas no mundo inteiro.

Nesta semana, o Exército de Mianmar anunciou ter encerrado uma grande operação de golpes online na fronteira com a Tailândia. Foram detidas 2.198 pessoas e apreendidos 30 terminais Starlink no complexo KK Park, ligado a centros de cibercrime. 

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As autoridades associaram as fraudes ao grupo rebelde União Nacional Karen, mas a organização negou participação.

De acordo com a Agence France-Presse (AFP), regiões fronteiriças abrigam fábricas de fraude comandadas por quadrilhas chinesas, com apoio tácito de milícias locais. Há registros de trabalho forçado e tráfico de pessoas, com milhares de trabalhadores libertos em operações anteriores. 

A Starlink não possui licença para operar em Mianmar. Por isso, os bloqueios podem ter ocorrido via “geofencing” (ou seja, a criação de uma fronteira virtual que afeta o funcionamento de dispositivos na região), ou desativação individual de terminais.

Anteriormente, o Escritório da ONU sobre Drogas e Crime (UNODC) relatou a apreensão de cerca de 80 antenas Starlink em 2024, para limitar operações de fraude cibernética na região.

Golpes feitos com a Starlink têm repercussão mundial

Operações de fraude realizadas no sudeste asiático já repercutem em escala global. A senadora Maggie Hassan, do Partido Democrata dos Estados Unidos, pediu a Elon Musk medidas mais eficazes para impedir o uso do Starlink por golpistas.

Hassan lidera uma investigação do Congresso sobre o uso do Starlink em esquemas de golpes, e alega que a SpaceX não havia reconhecido publicamente o uso do serviço em fraudes regionais. 

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No entanto, os bloqueios foram confirmados nesta semana por Lauren Dreyer, vice-presidente de operações comerciais da Starlink. 

A empresa afirmou que atua em conformidade com leis locais nos mais de 150 mercados licenciados e colabora com autoridades policiais internacionais. Também apontou que mantém “compromisso contínuo” com a detecção e prevenção de uso indevido por criminosos.

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