Oi tem falência antecipada; dívida é 70 vezes maior que dinheiro em caixa
Por Bruno Bertonzin • Editado por Léo Müller | •

A Justiça do Rio de Janeiro antecipou parcialmente os efeitos da falência do Grupo Oi na última terça-feira (30). A decisão da juíza Simone Gastesi Chevrand, da 7ª Vara Empresarial do Rio, suspende por 30 dias as obrigações extraconcursais da empresa diante da grave situação financeira.
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A companhia tem, atualmente, apenas R$ 21 milhões em caixa contra dívidas de R$ 1,5 bilhão. Ou seja, a operadora deve 70 vezes mais do que tem de dinheiro disponível.
A magistrada afastou a diretoria e o conselho administrativo da Oi e de suas subsidiárias Serede e Tahto. A gestão do grupo passa para o administrador judicial Bruno Rezende, enquanto Tatiana Binato será responsável pela transição das subsidiárias.
Segundo análise usada pela juíza, as atividades da empresa não geram caixa suficiente para cobrir custos e despesas operacionais.
Desde dezembro de 2024, a margem bruta passou a ser predominantemente negativa, com o EBIT dependente de receitas extraordinárias como venda de ativos, sem recomposição estrutural das finanças.
O valor em caixa é insuficiente para honrar despesas já em outubro. A situação se agravou após o não aperfeiçoamento de premissas previstas no Plano de Recuperação Judicial, especialmente pela falta de entrada de recursos com a venda da UPI Client.Co.
A decisão estabelece regime de transição de 30 dias para garantir continuidade de serviços públicos essenciais, incluindo aqueles que atendem ao Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta). Nesse período, será avaliado se a companhia permanece em recuperação judicial ou se a falência será decretada de forma integral.
A Anatel informou que a transição não deve gerar grandes transtornos à população. A preocupação maior fica com os serviços do Cindacta, considerados imperativos para a segurança pública nacional.
A juíza também proibiu negociações com a empresa Íntegra, ligada ao CEO Marcelo Millet, e decretou a indisponibilidade das ações da NIO (ex-ClientCo). Valores vinculados a arbitragem entre Oi, V.Tal e Anatel no Tribunal de Contas da União também foram bloqueados.
O objetivo é assegurar a manutenção de serviços essenciais de telecomunicações enquanto se dá uma última oportunidade para a empresa negociar com credores.
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Fonte: Convergencia Digital