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Imbróglio jurídico atrapalha instalação de antenas 5G em São Paulo; entenda

Por| Editado por Claudio Yuge | 10 de Maio de 2021 às 15h50

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Rovena Rosa/Agência Brasil
Rovena Rosa/Agência Brasil

A cidade de São Paulo possui uma legislação própria para a instalação de antenas, com uma série de peculiaridades. Para quem faz uma visita à cidade, é normal se assustar com a quantidade delas, mas, acredite, o número ainda é insuficiente. Isso acontece porque, além da lentidão e do investimento mais limitado, a Lei das Antenas trava todo esse processo, algo que, inclusive, pode atrapalhar a chegada do 5G na maior cidade do Brasil.

A Lei das Antenas (nº 13.756) é considerada obsoleta para o que o 5G vai exigir por aqui. Hoje, para se instalar uma antena ERB, ou estações rádio-base (antenas e torres que transmitem o sinal da operadora para o seu celular) em São Paulo, muitas coisas devem ser levadas em conta, como a segurança, a interferência em outros equipamentos e até a paisagem. É muito comum, por exemplo, elas serem colocadas em prédios residenciais, sobretudo nas periferias.

Em novembro último, o STF considerou que a Lei das Antenas era inconstitucional, o que acirrou a batalha jurídica entre a Prefeitura de São Paulo e as empresas interessadas em iniciar as obras de instalação dessas antenas, já pensando na chegada do 5G, que terá seu leilão ocorrendo ainda este ano.

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Esse imbróglio jurídico se arrasta desde 2013, quando a Telcomp (Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas) processou a prefeitura de São Paulo devido a Lei das Antenas. As companhias associadas reclamavam, entre outras coisas, das multas de até R$ 100 mil por mês por cada uma das antenas que não estivesse com total alinhamento com a lei. A Telecomp conseguiu na Justiça uma liminar que garantiu o funcionamento das antenas por quase quatro anos. Em 2016, o caso foi levado ao STF, que teve sua conclusão em novembro do ano passado, como citamos acima.

Como a prefeitura vai resolver?

Segundo o pessoal do Tilt, a Prefeitura de São Paulo já trabalha em um projeto de lei para garantir as adequações necessárias na Lei das Antenas. Mas, diante de todos os recursos e processos, esse movimento segue travado. O projeto de lei PL 751/2013, mais conhecido como PL da Antenas, se ativo, pode mitigar eventuais problemas do 5G em São Paulo.

"Existem duas alternativas: ou a prefeitura se adequa à Lei Geral das Antenas (Lei Federal 13.116/2015) por meio de decretos, ou a Câmara Municipal aprova uma nova legislação. A aprovação de uma nova lei é o caminho mais seguro", defende o presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude, em entrevista ao Tilt.

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Esses decretos citados por Tude são uma clara referência ao decreto emitido pelo prefeito Bruno Covas (PSDB), que regulamenta instalações emergenciais que ajudem no combate à pandemia da COVID-19. Esse texto inclui, por exemplo, as mini ERBs, que podem servir para o 5G. As empresas, por ora, comemoraram esse decreto, mas ainda falta segurança jurídica para que instalações mais completas sejam feitas.

Lei obsoleta

Para que o leitor tenha ideia do que é a Lei das Antenas, alguns requisitos por ela exigidos são:

  • Terrenos com "habite-se" (documento da prefeitura que autoriza a construção)
  • As ruas devem ter, no mínimo, dez metros de largura
  • Terreno ou área deve ter oito metros de largura
  • No mínimo 12 metros da via pública
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As empresas alegam desde 2013, no processo contra a prefeitura, de que com as atuais regras, é inviável efetuar mais investimentos em antenas de 4G, principalmente na periferia, onde é mais difícil ter este tipo de terreno ou área.

Hoje, São Paulo conta com uma antena para cada 15 mil habitantes. O ideal, segundo especialistas, é uma para cada 2 mil.

Fonte: Tilt