Startup recebe R$ 16 milhões para buscar os melhores profissionais de tecnologia
Por Márcio Padrão • Editado por Claudio Yuge |
Após oito meses de operação, a Driven recebeu nesta segunda-feira (30) R$ 16 milhões em rodada Seed, liderada pela gestora de capital de risco Iporanga Ventures. A startup é uma escola profissionalizante com cursos intensivos de programação web, e seu objetivo é formar futuros líderes no setor de tecnologia.
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A empresa, sediada no Rio de Janeiro, adotou um modelo de negócios chamado ISA (acordo de divisão de renda, da sigla em inglês). Funciona asssim: em vez do aluno pagar o curso normalmente todo mês, ele só reembolsa a Driven quando conseguir um emprego, mas oferecendo 17% do seu salário até chegar ao valor total da formação. O curso dura nove meses, com mensalidade de R$ 2 mil. Ao adotar esse modelo de negócios, a Driven diz apostar na qualidade de sua seleção de alunos para escolher os com maior potencial de ser aceito pelo mercado.
O aporte de R$ 16 milhões contou também com a participação dos fundos ONEVC, FundersClub e 3G Radar, além de investidores-anjo como Patrick Sigrist (iFood), Sergio Furio (Creditas) e Brian Requarth (VivaReal). Outros sócios e investidores da Driven são Arpex Capital (Stone), Daniel Castanho (Ânima Educação) e Pedro Thompson (Exame).
Os fundadores da startup, Paulo Monteiro, Michel Nigri e Pedro Barros, são os mesmos de outra edtech, a Responde Aí. Esta é uma plataforma de estudos focada em universitários de Engenharia e outros cursos de Exatas. Com a experiência anterior, o trio sentiu uma certa carência de encontrar bons profissionais de TI (tecnologia da informação), o que motivou o lançamento da Driven. A ideia é atuar na formação adequada deste setor.
"A falta de mão de obra especializada é um dos principais gargalos hoje para o desenvolvimento do ecossistema de inovação no Brasil. Iniciativas como a Driven trabalham para, além de suprir esse gargalo, fomentar a educação de jovens, abrindo portas para um nova geração de profissionais, potenciais líderes de empresas do presente e do futuro", diz Leonardo Teixeira, sócio da Iporanga Ventures.
Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), os cursos superiores de tecnologia no país formam cerca de 46 mil alunos por ano, mas para suprir o déficit de contratações, seria preciso 70 mil profissionais por ano, ou 420 mil até 2024.