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China bate EUA e concentra maior número de unicórnios no mundo. Brasil é o 8º

Por| 23 de Outubro de 2019 às 14h40

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Enquanto a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China segue a todo vapor, o lado oriental está na frente quando o assunto são startups. Isso porque a China abriga o maior número de unicórnios do mundo, as famosas startups avaliadas em mais de 1 bilhão de dólares, superando os EUA, de acordo com Hurun Global Unicorn List 2019, divulgado na última segunda-feira (21).

Dos 494 unicórnios fundados a partir dos anos 2000 e que possuem capital fechado, a China concentra 206 deles em seus país, seguido pelos Estados Unidos, com 203. A Índia fica em terceiro lugar com 21 unicórnios, seguida pelo Reino Unido com 13 e pela Alemanha com sete. Já o Brasil aparece em oitavo lugar na lista, com quatro deles em seu território.

Os unicórnios ainda são para poucos. As startups bilionárias se dividem em apenas 24 países, espelhadas por 118 cidades e, juntos, possuem um valor total de US$ 1,7 trilhão. Vale lembrar que existem mais de 190 países no mundo, ou seja, os unicórnios estão presentes em cerca de 12% do planeta.

A concentração aumenta mais quando se compara os dois principais países da lista. "A China e os EUA dominam [o mercado] com mais de 80% dos unicórnios conhecidos do mundo, apesar de representarem apenas metade do PIB mundial e um quarto da população no planeta", afirma Rupert Hoogewerf, presidente e pesquisador do grupo Hurun Report, com sede em Xangai.

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Entre as cidades, Pequim foi classificada como a capital dos unicórnios do mundo, com 82 dessas startups, à frente de São Francisco, com 55. Outros destaques da pesquisa são Xangai com 47, Nova York com 25 e Hangzhou com 19. Como região, o Vale do Silício ainda lidera o mundo das startups, com 102 dos unicórnios. Nesse cenário, São Paulo aparece em 18º, sediando os quatro brasileiros (Nubank, Gympass, iFood e Loggi).

"Para competir no setor de startups, o resto do mundo precisa desenvolver um ambiente propício para que os unicórnios floresçam, além de grandes investimentos nas áreas de tecnologia e inovação", aconselha Hoogewerf.

Crise declarada

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O ranking reforça os esforços movidos pela China em superar os EUA no fomento de muitas das empresas mais inovadoras do mundo. Isso ocorre mesmo com a prolongada guerra comercial que colocou empresas do país em dificuldade - com destaque para a Huawei, acusada pelo governo de Donald Trump de espionagem e impedida de negociar com companhias norte-americanas.

"A amplitude e diversidade de pequenas, mas crescentes empresas de tecnologia chinesas é considerável e rivaliza facilmente com o que vemos no Vale do Silício", delcara Paul Haswell, do escritório de advocacia internacional Pinsent Masons. Para ele, o desafio, agora, é entender se a explosão dessas startups será sustentável a longo prazo.

Nesse contexto, a Hikvision Digital Technology, um dos principais fornecedores do mundo em sistemas de vigilância por vídeo, alertou recentemente que pode perder clientes e oportunidades de negócios,
depois que Washington colocou a empresa em uma lista negra, que a impede de comprar tecnologia americana.

Os acordos que envolvem capital de risco na China também despencaram, à medida que os investidores recuavam em meio a conversas comerciais imprevisíveis e preocupações crescentes sobre avaliações dessas empresas. Por exemplo, o valor dos investimentos no país caiu 77% no segundo trimestre deste ano em relação mesmo período de 2018.

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Quem investe?

"Com algumas exceções importantes, os investimentos em unicórnios chineses são dominados por investidores do continente", afirma Haswell. Com os investidores chineses apertando os cintos, o futuro dessas empresas tem se tornado mais desafiadores.

A empresa americana de capital de risco Sequoia Capital foi classificada como a principal investidora de unicórnios do mundo, com um portfólio de 92 unicórnios, de acordo com a Hurun Global Unicorn List 2019. Já a gigante chinesa da Internet Tencent Holdings ficou em segundo lugar, com 46 companhias nessa categoria, enquanto o conglomerado japonês SoftBank ficou em terceiro com 42.

Uma diferença interessante entre a China e os EUA é que as grandes empresas de tecnologia chinesas também são alguns dos maiores investidores do mundo em startups. Por outro lado, importantes empresas americanas, como a Amazon e o Google, estão mal colocadas entre as 100 principais nessa categoria.

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Fonte: South China Morning Post