MIT cria linguagem de programação para computadores de alta performance
Por Dácio Castelo Branco • Editado por Claudio Yuge |
Conforme novas tecnologias e processos são introduzidos ao mundo digital, computadores mais poderosos, de alta performance, tornam-se mais necessários. Porém, no cenário geral, existem dúvidas se o uso dessas máquinas poderosas não podem trazer discrepâncias nos resultados em casos em que a velocidade de processamento é priorizada, principalmente ao utilizar linguagens de programação não otimizadas para esses ambientes.
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Essa concepção, porém, está sendo contestada por pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), que estão estudando o desenvolvimento de uma nova linguagem de programação que poderá manter a velocidade do processamento de dados sem nenhuma perda da qualidade dos resultados obtidos.
A linguagem, batizada de Tensor Language ("linguagem de tensor" na tradução livre; ATL, na sigla em inglês), está sendo desenvolvida com o intuito de permitir que todas as suas funções sejam trabalhadas e processadas como tensors — uma entidade matemática que define qualquer vetor ou matriz que não seja uni ou bidimensional, e que no espaço computacional permite a expansão e otimização de algoritmos utilizados em processamento de alta performance.
Como a linguagem de programação para computadores de alta performance funciona
No artigo publicado sobre a ATL, existe um exemplo sobre a aplicação da linguagem. Nele, os leitores devem imaginar uma série de números distribuídos em 100 linhas e 100 colunas, com cada um deles correspondendo a um pixel.
Se um usuário quiser saber a média desses números, um processo de duas etapas normalmente é necessário, que primeiro calcula o valor mediano das linhas e colunas da matriz; e depois, com esses resultados, efetua uma outra operação, que entrega o valor final desejado pela função em questão.
Em programação, existem inúmeras formas de escrever uma aplicação que tire essa média, mas a ATL, a partir de uma framework específica, faria essa tarefa de forma otimizada para os computadores de alta performance, sem perda de desempenho ou velocidade por conta da sintaxe de um software.
Essa otimização é verificada a partir de uma função de “assistente de provas”, herdada da linguagem utilizada como base na criação da ATL, a Coq. Essa ferramenta realiza cálculos complexos em segundo plano para confirmar se a adaptação do programa em questão está correspondendo e utilizando da melhor forma possível as capacidades do hardware em que o programa está sendo executado.
Por fim, Liu também destaca que graças a Cog, os pesquisadores do MIT conseguiram implementar na ATL formas de programas não entrarem em loops infinitos de execução — um problema comum em outras linguagens. “Graças a base da Coq, qualquer programa sempre é finalizado após executar e obter um resultado, seja ele um tensor ou um único número”, explica a desenvolvedora.
Tudo isso, porém, só está sendo testado em ambientes com programas simples, com Liu afirmando que os próximos passos do desenvolvimento da ATL é a implementação de melhorias que a tornem uma opção para criadores de softwares mais complexos, usados no dia a dia do mundo.
Fonte: MIT