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Delivery via Windows 95? CD-ROM para comprar no Pão de Açúcar viraliza

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Marcin Wichary/Flickr
Marcin Wichary/Flickr

Como era a vida para fazer compras de casa antes dos aplicativos de delivery? Um vídeo viral no TikTok trouxe uma resposta curiosa: um CD-ROM da rede Pão de Açúcar com um aplicativo para pedir produtos de mercado pelo Windows 95.

A publicação da usuária @jaquewil já acumula mais de 800 mil visualizações e 120 mil curtidas na rede social. Todo o processo de uso está registrado, desde a instalação até preencher um formulário com todos os dados para a entrega.

Como era costume na época, o software do Pão de Açúcar conta com muitas animações pouco interativas, efeitos sonoros e elementos coloridos. Um dos vídeos introdutórios conta com a frase “você vai utilizar um dos métodos mais modernos de compras existentes” — o que, para a década de 1990, não deixa de ser verdade.

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Confira:

Como era o delivery do Pão de Açúcar pelo Windows?

Não é possível acessar nenhum servidor vinculado ao app, mas o encarte do CD e os arquivos mostram que a plataforma funcionava a partir de prateleiras digitais que simulavam os mercados: o usuário clicava no produto e adicionava ao carrinho.

O serviço era limitado somente à cidade de São Paulo e ao bairro de Alphaville, na região metropolitana.

Procurado pelo Canaltech, o Grupo Pão de Açúcar afirma que começou a operação digital de e-commerce na década de 1990  com pedidos via telefone ou fax, e posteriormente liberou um CD-ROm para clientes com toda a lista de produtos. 

“Inicialmente, o delivery estava restrito a São Paulo, operando a partir de quatro lojas do Pão de Açúcar”, revela o Diretor de E-commerce do GPA, Victor Maglio. O executivo ainda destaca que a rede tinha uma média de 200 pedidos por dia na região, resultando em cerca de 6 mil compras por mês.

Uma matéria do jornal Folha de S. Paulo de outubro de 1995 detalhou a operação: a rede de supermercados operava com entregas em até 24 horas e tinha mais de 2 mil itens à venda

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De acordo com o veículo, não havia pedido mínimo, mas a taxa de entrega era de R$ 9,30 — um valor relativamente alto, considerando que o salário mínimo na época era de R$ 100. Corrigindo de acordo com a inflação, a taxa seria de cerca de R$ 90 nos dias atuais.

Ainda que o experimento de delivery tenha sido limitado, o vídeo permite notar algumas práticas que se tornaram padrão no mercado 30 anos depois, como a separação por prateleiras. Não existe a representação visual de uma prateleira física, mas a organização é usada nos principais apps do segmento.

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