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Por quanto tempo o celular precisa carregar pela primeira vez?

Por| Editado por Bruno Salutes | 09 de Dezembro de 2021 às 20h00

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200 Degrees/Pixabay
200 Degrees/Pixabay

Muitas são as dúvidas que podem surgir quando compramos um novo smartphone. E uma das questões mais comuns é sobre a bateria: por quanto tempo preciso deixar o celular carregando pela primeira vez?

Na internet existe de tudo sobre esse assunto. Há quem diga que você precisa fazer o carregamento completo, do zero até 100%, para evitar possíveis problemas de bateria. Outras pessoas contam que, se o celular chega com alguma carga, primeiro é preciso esperar que ela acabe para só então ligar o dispositivo na tomada por um total de 12 horas.

A seguir, veja 4 mitos e verdades sobre a primeira recarga da bateria do celular.

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1. Primeira carga do celular

Já vamos tranquilizar os ansiosos de plantão: você não precisa se preocupar com a primeira recarga do seu novo celular, seja ele um Android ou iPhone. Por isso, mesmo que o smartphone venha com alguma bateria assim que você o tira da caixa, pode usá-lo normalmente sem se preocupar com eventuais problemas.

Então não: você não precisa deixar o celular descarregar a bateria até o zero e carregá-lo por 12 horas, nem é obrigatório levar a energia até 100%.

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Supondo que você se esqueça do celular na tomada por várias horas, também não há motivos para pânico. Graças às baterias atuais, os novos smartphones deixam de receber energia elétrica ao atingirem sua capacidade máxima de 100%, evitando sobrecargas.

2. Como funcionava antigamente (efeito memória)

Os celulares mais antigos ficaram conhecidos não apenas pela durabilidade, mas também porque ficavam dias e até semanas sem precisarem ser recarregados. Hoje em dia isso é algo impossível, sendo que a grande maioria dos smartphones recentes exigem ao menos uma recarga por dia.

As baterias atuais usam uma quantidade maior de energia devido ao número elevado de componentes — processadores com múltiplos núcleos, modem 4G/5G, suporte para recarga rápida, tela OLED. Entretanto, elas também são mais eficientes do que as baterias de antigamente por serem de íon de lítio, um material que proporciona melhor desempenho energético.

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É justamente nesse ponto que chegamos ao chamado “efeito memória”. Também conhecido como “bateria viciada”, o fenômeno atinge as baterias mais antigas, feitas de níquel e cádmio (NiCd) ou níquel-hidreto metálico (NiMH). Acontece quando as baterias não ficam 100% descarregadas, criando uma “memória" para as próximas cargas.

Conforme o tempo avança e a bateria ainda ativa recebe novas recargas, o componente tem sua capacidade reduzida. O resultado é esse “vício” da bateria: ela perde parte de sua capacidade original, fornecendo menos energia ao celular.

Daí veio uma recomendação das fabricantes e lojas para que o consumidor deixasse o aparelho completamente descarregado, para só então carregar a bateria por um período de 12 horas pela primeira vez. Os feature phones, que se limitavam a recursos básicos, eram os celulares mais comuns a ter essa indicação, justamente por virem equipados com baterias de NiCd.

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Baterias de íon de lítio, que hoje estão presentes em smartphones Android e nos iPhones, também vão perdendo sua eficiência energética ao longo dos anos. Porém, não sofrem com o efeito memória das baterias de NiCd mais antigas, já que não contam com um ciclo programado que vicia a cada recarga.

3. Como funcionam as baterias de íon de lítio

As baterias de íon de lítio têm quatro partes internas principais: o anodo, para a carga positiva; o cátodo, para a negativa; o separador, que separa o óxido de cobalto do lítio; e as próprias camadas de íons de lítio, que surgem dessa separação.

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As lâminas internas, que compõem o catodo e anodo, possuem óxido de cobalto, íons de lítio, cobre e grafite. Quando a bateria entra em uso, os íons de lítio percorrem o caminho do anodo para o catodo, passando através do separador e se ligando ao óxido de cobalto. Quando isso ocorre, sobra um elétron por íon de lítio, que é "capturado" pelo anodo de grafite e gera a carga/energia.

Quando não há mais íons de lítio para serem transportados, a reação química acaba, fazendo com que a energia da bateria esgote. Quando recarregamos a bateria, o processo inverso ocorre, fazendo com que os íons de lítio voltem para o seu lugar.

É por isso que o vício não acontece mais e podemos carregar as baterias dos celulares independentemente da quantidade de carga disponível no momento da recarga. O tal efeito memória foi substituído por ciclos de bateria, que alteram a durabilidade e o funcionamento do componente.

4. Cuidados com a bateria

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Apesar de as baterias atuais de íon de lítio serem melhores e mais eficientes, isso não significa que você pode abusar da sorte no seu celular. Reforçamos mais uma vez: a bateria, assim como qualquer componente eletrônico, vai perdendo sua capacidade ao longo dos anos. Sim, é um processo esperado, mas podemos atrasá-lo ao máximo, aumentando sua longevidade. Eis algumas dicas extras que podem te ajudar:

  1. Evite deixar a bateria chegar a 0%. Carregue-a somente quando necessário ou quando o próprio smartphone solicitar, geralmente ao chegar aos 20% ou 10% de carga;
  2. Não precisa carregar a bateria até os 100%. O ideal é manter entre 70% e 80%, já que o processo de descarga é mais lento do que quando a bateria está nos 100%;
  3. Use carregadores originais. Acessórios paralelos ou de marcas que não sejam do seu celular podem danificar o aparelho;
  4. Evite usar o aparelho durante o carregamento, pois pode superaquecê-lo;
  5. Evite deixar o celular em cobertas, sofás e travesseiros durante a recarga;
  6. Evite o uso de adaptadores de tomadas (benjamins);
  7. Em caso de tempestades ou descargas elétricas, suspenda o carregamento.