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O fim das câmeras pop-up: por que os celulares abandonaram essa ideia

Por  • Editado por Léo Müller | 

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Eric Mockaitis/Canaltech
Eric Mockaitis/Canaltech

As câmeras frontais retráteis, também chamadas de “pop-up” surgiram na última década como uma solução para viabilizar telas de smartphones sem entalhes ou furos. Embora representasse um maior aproveitamento de display, essa abordagem trouxe uma série de problemas, e por isso não é mais utilizada em aparelhos atuais.

Veja abaixo os motivos que explicam o desaparecimento de câmeras pop-up em smartphones atuais:

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Câmeras pop-up e a falta de durabilidade

Um dos principais motivos para a descontinuação da tecnologia é a potencial fragilidade desses módulos. Afinal, o mecanismo depende de um motor e engrenagens, componentes móveis sujeitos ao desgaste e a falhas ao longo do tempo.

Consumidores tinham a preocupação de que o mecanismo poderia quebrar, especialmente em caso de quedas. Para isso, foram implementados sistemas de retração automática de segurança, o que não foi suficiente para garantir a total confiança por parte do público.

A própria necessidade dos fabricantes de anunciar o número de ciclos, ou seja, quantas vezes a câmera poderia subir e descer, já indicava uma preocupação sobre a longevidade.

Resistência IP: uma nova prioridade

Além da durabilidade geral, a dificuldade em implementar resistência à água e poeira é outro fator importante. Não há como ignorar que a abertura física necessária para o mecanismo pop-up tornava difícil e caro vedar o dispositivo de forma eficaz.

Nos últimos anos, a classificação IP (que representa a resistência contra água e poeira) tornou-se uma prioridade para consumidores em celulares de todas as faixas, desde os aparelhos de entrada até os topos de linha.

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Essa garantia é fornecida de forma mais ampla com as tecnologias mais simples, com destaque para os entalhes e furos vistos em celulares atuais.

Custos de fabricação

O custo e a complexidade de fabricação também influenciaram as decisões das marcas. O motor e o mecanismo de engrenagem adicionavam custos de fabricação, montagem e controle de qualidade, entre outros aspectos.

O reparo em caso de falha era frequentemente complexo e caro, especialmente se fosse necessária a substituição de componentes principais. Em alguns casos, os custos ficavam próximos do preço de um celular completamente novo.

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Espaço interno e compatibilidade de software

Câmeras pop-up ocupam muito espaço interno dos celulares. Ao longo dos anos, essa área foi considerada mais necessária para outros componentes que os fabricantes priorizaram, como baterias maiores, sistemas de refrigeração melhorados, alto-falantes estéreo ou sensores adicionais.

Questões de software e usabilidade também foram identificadas. Muitos aplicativos de terceiros não foram totalmente otimizados para a câmera pop-up, o que podia causar bugs ou atrasos em chamadas de vídeo, entre outras ações.

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Além disso, o simples desbloqueio facial exigia que a câmera subisse primeiro, o que gera um atraso a cada vez que o produto fosse acionado — uma frustração que pode se acumular após bastante tempo de uso.

Embora a indústria tenha adotado o "furo na tela" como a norma atual, algumas pessoas ainda expressam “saudosismo” e preferência pelo pop-up.

Afinal, a tecnologia ainda tem algumas vantagens, como a privacidade, pois a natureza física do mecanismo garantia ao usuário que a câmera frontal não poderia estar ativa sem o seu conhecimento explícito.

Mesmo assim, não há um indicativo claro de que a indústria possa retornar para esse caminho.

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