Motorola planeja celular quase todo revestido por tela, mostra patente
Por Vinícius Moschen • Editado por Wallace Moté |
Uma nova patente registrada pela Motorola mostra que a companhia pode ter planos ambiciosos para o futuro. Um documento aprovado final do ano passado mostra projetos do que seria um aparelho com tela que se estende até as laterais e ainda chega na parte traseira, assim como o Mi Mix Alpha mostrado pela Xiaomi em 2019.
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Com isso, o novo celular teria botões virtuais de liga/desliga e ajustes de volume, em vez dos comandos físicos que aparecem em todos os smartphones comercializados atualmente. Além das ilustrações que mostram como seria a construção do dispositivo, a patente também dá várias informações sobre um sistema capaz de identificar se o aparelho estaria dentro do bolso do usuário, e assim bloquear possíveis toques indesejados — uma das preocupações que surgiram na época da apresentação do Mi Mix Alpha.
Essa tecnologia utilizaria uma série de sensores, que detectariam movimentos, temperatura e força da gravidade para determinar se o celular está guardado no bolso. Nessas condições, o dispositivo também seria capaz de alterar o posicionamento dos botões virtuais de forma otimizada, para que tarefas mais simples possam ser realizadas sem necessariamente pegar o celular, como atender ou rejeitar ligações, por exemplo.
A patente também menciona a compatibilidade com caneta stylus, o que não chega a ser uma novidade na Motorola, já que modelos como o Moto G Stylus já dão suporte para o acessório há anos. A seção superior e inferior do celular são as únicas que não ficam revestidas por tela, o que viabiliza a implementação da conexão USB-C e bandeja para cartão SIM, além de aberturas para microfones e alto-falantes.
Vantagens e problemas dessa tecnologia
Como ainda não existe nenhum celular lançado com tela que reveste toda a estrutura, não se sabe exatamente quais são os benefícios que tal formato ofereceria no dia a dia. Mesmo assim, é possível imaginar que a utilzação seria mais prática, já que não seria necessário virar o dispositivo para visualizar o display, ou seja, ele funcionaria em qualquer orientação logo após ser retirado do bolso.
Mesmo assim, as dificuldades de implementação da tecnologia ainda se mostram bem maiores do que seus benefícios. Além da possibilidade de toques acidentais, o custo para produção de um display tão complexo é muito alto, o que levaria o preço sugerido dos dispositivos para patamares bem mais caros em comparação com os atuais topos de linha. Para mudar essa situação, seria necessário que cada vez mais marcas façam componentes do tipo para produção em escalas maiores.
Companhias como a LG também já fizeram projetos de smartphones com telas flexíveis que ficam em volta do celular, mas a companhia coreana fechou a sua divisão de celulares no ano passado. O Mi Mix Alpha nunca chegou a ser lançado de forma oficial, justamente por causa de seus altos preços, que ficariam em torno dos 2.500 euros (cerca de R$ 16 mil em conversão direta)
O registro de documentações do tipo não garante que os produtos especificados serão efetivamente lançados, já que eles ainda precisam passar por várias avaliações de viabilidade econômica e estrutural. Além disso, as patentes também podem servir como uma ferramenta jurídica, para prevenir que outras companhias copiem tais tecnologias para seus respectivos produtos.
Fonte: LetsGoDigital