Foxconn admite erro no pagamento de funcionários em fábrica de iPhones
Por Vinícius Moschen | Editado por Wallace Moté | 24 de Novembro de 2022 às 14h32
Depois de protestos violentos terem sido realizados na maior fábrica de iPhones do mundo, a Foxconn admitiu erros nos pagamentos dos funcionários. Em resposta ao portal Financial Times, a empresa descreveu a situação como um problema técnico.
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“Nosso time está analisando o problema, e descobriu um erro técnico durante o processo de integração”
A integração citada diz respeito à contratação de novos trabalhadores com salários bônus, que não teriam sido pagos. Sobre isso, a Foxconn pediu desculpas pelo “erro no sistema computacional”, e garantiu que os pagamentos serão os mesmos que foram prometidos.
Para os funcionários que não desejam mais trabalhar na planta de Zhengzhou, a empresa ofereceu uma compensação monetária de 10 mil yuan — equivalentes a cerca de R$ 7.425 em conversão direta, algo entre um a dois meses de salário.
“O pagamento, destinado a cobrir o dinheiro devido a novos trabalhadores para sua quarentena, transporte até a fábrica e horas trabalhadas, foi oficialmente anunciado em avisos ao trabalhadores”
Desta forma, quem assinar seu desligamento receberá 8 mil yuan (~R$ 5.937) na hora, e os outros 2 mil yuan (~R$ 1.484) viriam após o embarque nos ônibus para casa.
A crise atingiu relevância suficiente para a Apple levar uma equipe própria até a fábrica. Oficialmente, a empresa afirmou que “está trabalhando em conjunto” com a Foxconn para garantir que as preocupações dos empregados sejam resolvidas.
Entenda o caso
As manifestações começaram no último dia 22 de novembro, motivadas pelo não pagamento de bônus prometidos a funcionários que permaneceram trabalhando após o início de um surto de covid-19 dentro da fábrica.
A rotina de produção após o início de um lockdown nas plantas teria se tornado insustentável. Relatos apontam que os funcionários não tinham comida ou suprimentos médicos suficientes, e não havia separação entre infectados e não infectados.
Enquanto isso, a Foxconn afirmava que a situação estava totalmente sob controle, ao mesmo tempo em que tornava as regras de trabalho mais rígidas. Em certo momento, a empresa precisou aumentar a oferta de bônus, pois a anterior já não persuadia os funcionários a ficarem.
Nas últimas semanas, o conflito escalou rapidamente por meio de violência física, tumultos e pessoas feridas. Janelas e câmeras de segurança também foram quebradas.
No momento, relatos apontam que a situação já estaria mais controlada que nos últimos dias. Mesmo assim, a Apple espera uma redução no ritmo de montagem de modelos como iPhone 14 Pro e iPhone 14 Pro Max, o que deve levar a um aumento nos prazos de entrega dos smartphones.
Fonte: 9to5Mac