Star Wars: Em que parte da cronologia se encaixa a nova série Skeleton Crew?
Por Claudio Yuge |

Skeleton Crew promete trazer aquela atmosfera de Sessão da Tarde de um monte de pré-adolescentes e jovens adultos enfrentando o mundo “sozinhos juntos” pela primeira vez com a família que escolheram. Todo mundo já passou e sempre vai viver aquele momento que nenhum pai ou mãe vai entender, simplesmente porque não devem. Isso faz parte da fase “outsider” na jornada de todo jovem babaca tem que passar para se tornar um cara legal — afinal, é melhor ser idiota quando a idade permite, certo?
Ah, que maravilha o período em que conhecemos os amigos certos para as coisas erradas. Goonies, Conta Comigo, O Último Guerreiro das Estrelas, qualquer filme colegial do John Hughes; Super 8, Superbad, Freaks and Geeks, A Mentira, American Pie, 10 Coisas que Odeio em Você, Homem-Aranha: De Volta Ao Lar, Metal Lords, Stranger Things, Paper Girls, enfim, toda geração tem que ter isso, estamos contando essa história há muito tempo. E Star Wars se esqueceu que nasceu também com os elementos humanos desses filmes.
Quando George Lucas criou Star Wars, ele estava em plena sintonia com Steven Spielberg sobre o tipo de histórias que queriam contar. Eram as do tipo que adoramos quando criança; as que fazem as pequenas mentes sonhar com espaço, aventuras fantásticas, criaturas bizarras e divertidas; e a sensação de que o perigo não é assim tão real quando você está se divertindo ao lado dos melhores amigos — os boletos e a pobreza de espírito dos adultos são de longe muito mais sombrios e letais.
Muita gente se esquece da principal característica de Star Wars, porque pensa que se trata apenas de samurais e pistoleiros perdidos em uma tragédia grega cheia de bicho brisado. Lucas, com a ajuda do amigo de “infância” Spielberg, foi quem conseguiu, pela primeira vez, juntar tantos gêneros em um só filme.
Assim como nos gibis preferidos, as histórias que eles queriam contar eram sobre heróis improváveis e outsiders se perdendo para encontrarem a si mesmos. Estamos falando de rivais que no final se tornam irmãos, e que aprendem a chorar e a perder juntos em meio a seres poderosos, ameaças cósmicas, grupos disfuncionais, pais ausentes e aprendizado.
Star Wars levou para o cinema, uma combinação de aventura, comédia, drama, fantasia, ficção científica, mitologia e várias coisas que nunca tinham sido misturadas do jeito certo. Depois disso, nada mais foi o mesm… bom, nem vou terminar porque, sim, tem sido mais repetitivo do que deveria.
Então, vamos descobrir em que época essa turminha que adora uma confusão vai se envolver em loucas aventuras ao lado de alguém que virou adulto cedo demais sem passar por isso — neste caso, o personagem de Jude Law.
Sobre o que é Skeleton Crew e quando estreia?
Skeleton Crew é o próximo programa de TV de Star Wars a ser lançado no Disney+, nesta terça-feira, dia 3 de dezembro. O mundo natal das crianças parece ser semelhante à Terra, e essa trama de amadurecimento finalmente terá a chance de estrear na franquia a ambientação que George Lucas sempre sonhou inicialmente — para quem está dizendo aí “nada a ver, irmão!”, basta lembrar que a colaboração Lucas/Spielberg esteve em Willow, Labirinto, Caravana da Coragem, Indiana Jones, entre outros.
A série promete expandir a paleta de tonalidades para as cores mais ensolaradas em baldes de tinta esparramadas sobre o roadmap de Star Wars na parede de pinturas do Disney+, que anda com o miolo monocromático e apenas bordas de Mandalorian e Andor trazendo alguma corzinha mais alto-astral e fora da casinha por ali.
Ah, sim quando se passa Skeletron Crew na timeline de Star Wars no novo cânone? Bem, a Tripulação Esqueleto é contemporânea de Mandaloriano, O Livro de Boba Fett e Ahsoka — ou seja fica ali cinco anos após o final de O Retorno de Jedi, no momento em que a Primeira Ordem começa a mostrar os tentáculos que criou em planetas e regiões isoladas da galáxia durante o tempo que a Nova República passou a se organizar com os dissidentes do Império, a Aliança Rebelde e milhares de NPCs alienígenas.
A trama já está configurada no trailer, com um grupo de crianças perdido em uma zona limítrofe do mapa conhecido da galáxia, em um dos vários planetas que Star Wars agora faz questão de popular — afinal, a grana e a tecnologia não permitiam à franquia sair das tragédias familiares greco-romanas dos Skywalker.
E prepara o coração porque essa molecada da série tem tudo aprender algumas lições que somente o maior Jedi de Star Wars poderia ensinar. Se Luke andou zanzando em Mandalorian para emocionar jovens idosos, por que não faria uma paradinha ali para inspirar a nova geração de heróis?