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Crítica Castlevania: Noturno | Uma ótima adaptação com gostinho de quero mais

Por  • Editado por Durval Ramos | 

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Reprodução/Netflix
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Entre as recentes adaptações de games para o cinema ou TV, Castlevania é um título que passa despercebido para parte do público. A animação da Netflix consegue capturar relativamente bem o clima dos games e pode ser considerada uma boa adaptação, com um estilo de animação que pode não ser do agrado de todo mundo, mas inegavelmente tem momentos muito bonitos.

Castlevania: Noturno, primeiro spin-off da animação, aproveita essa liberdade que tem para adaptar uma história dos games com bastante competência, ampliando o escopo da história e preparando terreno para um futuro brilhante.

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Viva a Revolução!

Castlevania: Noturno se passa 300 anos após a animação original, sendo completamente independente e contando a história de Richter Belmont, um caçador de monstros da lendária família Belmont. Assim, se você não assistiu ao anime anterior, pode começar por este sem qualquer problema.

Após ver sua mãe ser assassinada por um vampiro, Richter é enviado ainda criança para morar na França com Tera Renard e sua filha, Maria. Já adulto, o caçador e Maria fazem parte de um grupo que luta na Revolução Francesa e a influência de vampiros na região.

Com a chegada de cada vez mais monstros e a ameaça de um Vampiro Messias, Richter e Maria seguem na luta e encontram a feiticeira Annette e Edouard, que também estão à caça de uma vilã conhecida como Devoradora do Sol.

A animação adapta, de maneira bastante livre, o game Castlevania: Rondo of Blood e elementos de Castlevania: Bloodlines, conseguindo explorar mais a sua história e juntando tudo com o contexto histórico da Revolução Francesa.

Por ter feito isso, é possível notar que os personagens conseguem ser bem desenvolvidos, mostrando dilemas morais e de seu passado de maneira natural e orgânica à história.

Um personagem principal complicado

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Richter Belmont não é um personagem particularmente carismático em Castlevania: Noturno. Tê-lo como personagem principal não significa que você precisa gostar de tudo o que ele faz, mas em boa parte da série, ele é birrento, impulsivo e várias vezes o menos interessante entre os heróis. Em vários episódios, ele tem destaque apenas por ser um Belmont.

Talvez por conta disso, a série tenha alguns problemas de ritmo, já que boa parte do foco é nele. Quando a história se afasta um pouco de Richter, fica muito mais interessante. Episódios focados em personagens como Annette são muito legais, principalmente por explorar religiões de matriz africana, algo que não é muito comum de se ver nesse tipo de produção.

Eventualmente, Richter é desenvolvido de uma maneira que funciona e começa a se tornar o herói que se esperava que ele fosse, mas é uma jornada árdua para aguentá-lo por quase uma temporada inteira. É a velha história de quando as coisas começam a ficar boas, elas acabam.

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Uma animação muito bonita e também muito esquisita

Existe algo na técnica de animação utilizada em Castlevania e Castlevania: Noturno que me faz acreditar que ela é muito bonita e complexa, ao mesmo tempo que tem algo muito estranho nela. Em vários momentos, parece que existiram cortes no orçamento e tudo é estático demais, enquanto em outros, tudo é frenético, criando uma inconsistência que incomoda um pouco.

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A dublagem também não é particularmente inspirada, com alguns diálogos soando estranhos e engessados, mas vindo de uma franquia com talvez um dos melhores exemplos de entrega ruim de uma fala parecer absolutamente incrível, é algo que pode ser relevado.

Parece um grande teaser de algo muito bom

Castlevania: Noturno sofre do mesmo mal da primeira temporada de Castlevania, que é preparar terreno para algo realmente legal e, então, simplesmente acabar. Noturno repete esse vício principalmente por conta de sua vilã, Erzsébet Báthory.

Durante toda a temporada, sua chegada e poderes são antecipados por vários personagens como algo grandioso, surgindo como uma ameaça no mesmo nível do Conde Drácula. Só que essa ameaça nunca chega até os momentos finais da série.

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A presença de outro personagem importante para Castlevania e o que sua participação significa para o futuro da história reforçam ainda mais a ideia de que o melhor está por vir. Para todo mundo que se animou com a ideia de Richter ser a estrela de Noturno por significar que isso pode levar até uma adaptação de Symphony of the Night, já é possível começar a se preparar.

No fim das contas, Castlevania: Noturno consegue fazer milagre ao explorar bem os games que busca adaptar, criando novas camadas para personagens e para a própria história. O seu maior problema é realmente construir tudo isso para que seja aproveitado de verdade somente no futuro, deixando o espectador na expectativa por uma temporada que ainda nem foi confirmada.

Castlevania: Noturno está disponível na Netflix.