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Crítica | Amor e Anarquia é a série de comédia romântica que precisávamos

Por| 10 de Novembro de 2020 às 08h00

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Divulgação: Netflix
Divulgação: Netflix

Quando damos uma chance às infinitas opções de estreias originais da Netflix, que vão além das produções norte-americanas e britânicas, podemos encontrar grandes "achados" que fazem valer a pena ter concedido a oportunidade. Aqui no Brasil, por exemplo, pouco se sabe sobre a Suécia e sua cultura. O idioma pode não ser o mais agradável aos ouvidos, mas uma série vem chamando a atenção dos assinantes da plataforma de streaming, ficando entre as 10 mais assistidas desde a sua estreia.

Em Amor e Anarquia, série de apenas oito episódios com cerca de 30 minutos cada, conferimos uma comédia romântica com um toque de drama que traz um pouco de conforto para os dias difíceis, com uma história descontraída, além de personagens carismáticos e odiosos na medida certa para uma leve produção de humor. Não é uma série de se gargalhar, mas tem seus momentos de divertimentos bastante aproveitados.

Atenção: esta crítica contém spoilers de Amor e Anarquia!

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A trama, de origem sueca, acompanha a vida de Sofie (Ida Engvoll), uma consultora que deve ter quase 40 anos, com marido e dois filhos, contratada por uma editora para modernizar a empresa, a transformando em digital. Lá, ela não se mostra como a pessoa mais simpática do mundo e entra em conflito com o jovem Max (Björn Mosten), um profissional de TI que parece mal ter entrado na casa dos 20 anos.

Sofie é apresentada como uma mulher que é viciada em masturbação. Seja antes de sair para o trabalho, seja no meio da madrugada, ela costuma pegar seu celular e fones de ouvido, entrar em um site pornográfico e ir ao banheiro para se dar prazer. Esse aparente vício chega no ambiente de trabalho, no fim do expediente, quando todos parecem ter ido embora. Porém, Max aparece por lá e tira uma foto da cena que, claro, será usada contra ela.

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Depois desse acontecimento, são raros os momentos em que Sofie sente essa necessidade constante de se masturbar, levando a série aos "finalmentes", ao tem principal que envolve um joguinho entre ela e o jovem funcionário temporário, o que supre a necessidade de ela sentir algo a mais. Max, na verdade, não mostra ter nenhuma intenção cruel com a foto comprometedora e pede apenas um almoço pago por ela para que a foto seja apagada.

Esse almoço acontece em uma famosa franquia de fast food e acaba trazendo a Sofie o divertimento que ela precisava em sua vida — e o que o espectador não sabia que precisava. Ela fica com o celular do garoto e dá uma missão a ele para ter o aparelho de volta. Quando ele o faz, ela dá a ele seu batom preferido e pede uma nova missão, com o objeto, então, sendo passado por eles ao longo dos episódios conforme as missões são cumpridas. É aí que está todo o divertimento da série que, ao mesmo tempo em que nos entretém com essas missões bobas e engraçadas, nos faz torcer para um romance "proibido" que começa a surgir.

Sofie e Max acabam se apaixonando, enquanto ela vem sofrendo por problemas com o seu pai, filhos e marido, fazendo com que a diversão com o jovem seja uma grande válvula de escape. A situação também conforta Max, que se mostra uma pessoa boa e que também com problemas de família, que no caso seria o desprezo da mãe. As cenas que envolvem o trabalho na editora de ambos, envolvendo também outros personagens, também têm seus méritos de divertimento.

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Amor e Anarquia é uma série para ser assistida sem tabu. Tem cenas de nudez frontal não só masculina como feminina, o que é raro, e uma quantidade considerável de cenas de sexo, inclusive nos momentos da masturbação de Sofie alguns detalhes são mostrados. Não são momentos constrangedores para quem assiste de cabeça aberta, afinal são situações cotidianas e que acontecem com todo mundo, são só na questão sexual como no relacionamento extraconjugal.

A trama mostra que é possível se abrir a pequenos momentos que, mesmo simples, podem trazer alegria, e que também podemos nos abrir a novas aventuras quando já estamos em um momento de conformidade com a realidade atual. A série não julga, não critica e também não diz que tudo o que está acontecendo é certo, que traição é bom, mas sim que somos humanos que se rendem às melhores situações para nos sentirmos bem.

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A proposta de Amor e Anarquia é diferente de outras já vistas em comédias românticas e, com certeza, traz momentos divertidos e refrescos para momentos pesados. A série conta com oito episódios e pode ser assistida na Netflix.