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A segunda temporada de Westworld está chegando, é hora de se preparar

Por| 22 de Abril de 2018 às 17h20

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HBO
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A vida dos fanáticos por Westworld se divide entre o hype e a paciência desde 2016. Estamos falando, aqui, de uma das principais séries atuais da HBO e, também, de um show cheio de mistérios. O último episódio da primeira temporada foi exibido em dezembro de 2016, com a estreia do segundo ano marcada para acontecer somente agora, em 22 de abril. Foi um longo tempo, mais do que suficiente para a criação de teorias, expectativas e ansiedade.

O seriado se passa em um parque temático futurista, baseado no Velho Oeste americano, no qual visitantes interagem com robôs altamente realistas e participam do cotidiano da época. Até existe polícia aqui, mas não existem crimes nem consequências – nem mesmo a possibilidade de morrer por uma bala –, o que torna Westworld um lugar onde as pessoas podem tornar realidade suas fantasias mais selvagens e violentas.

O que segue é um verdadeiro festival de assassinatos e atos escabrosos não apenas contra os seres robóticos, mas também contra humanos, enquanto o limiar entre realidade e ficção acaba distorcido, tudo sob o jugo da Delos, uma grande corporação, e do criador do parque, Robert Ford (Anthony Hopkins). Estas, na verdade, são as linhas gerais da trama, já que Westworld está cheia de mistérios e minúcias. E como toda boa série a abordar as coisas desta maneira, muitas perguntas também permanecem sem resposta.

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Sendo assim, a partir daqui, vamos falar de spoilers e ferver a cabeça sobre o que já aconteceu no seriado e, também, sobre o que pode estar por vir. Então, se você ainda não assistiu a Westworld, são duas as recomendações – assista à série e entenda porque ela é uma das mais comentadas da atualidade. Depois, volte a este texto para pirar junto com a gente.

Dolores Abernathy, a número 1

Aquela que parece ser a tradicional mocinha indefesa dos filmes de Velho Oeste, interpretada por Evan Rachel Wood acaba sendo, na realidade, um dos grandes motores não apenas da história em si, mas também de uma de suas grandes mudanças. É por meio dela que, logo no início de Westworld, entendemos o funcionamento desse mundo e o fato de que as vidas daqueles que logo descobrimos serem robôs são, na realidade, narrativas criadas pela Delos com o propósito de entreter os convidados.

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Logo de início, porém, temos nela, também, a fagulha que detona o grande plot twist do final da primeira temporada. A frase “esses prazeres violentos têm finais violentos”, dita por Peter (Louis Herthum), robô que interpreta o pai da moça, é uma referência ao clássico Romeu e Julieta. Mais do que isso, porém, funciona como um gatilho que perverte a programação das máquinas hospedeiras, tornando-as conscientes e com a possibilidade de acessar memórias do passado.

É a passagem da citação adiante que nos leva ao caos que vimos ao final da primeira temporada de Westworld. Maeve Millay (Thandie Newton) é uma das primeiras “infectadas” pela frase, dando origem a um efeito dominó que leva à revolução das máquinas que deve dar o tom da continuação.

Mais do que um agente de mudanças, Dolores é peça central de dois outros enredos. De um lado, está o Homem de Preto (Ed Harris), que também parece interessado nos segredos ocultos do parque. Nesse ensejo, ele alterou diversas das narrativas do Westworld.

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O envolvimento dos dois, porém, é ainda mais antigo, da época em que o misterioso homem era referenciado como William (Jimmi Simpson). Ele visita o parque e se apaixona por Dolores, participando ao lado dela de tramas que os colocam diante de gangues violentas e também em rota de colisão com Logan (Ben Barnes), seu cunhado e também um dos visitantes que utilizam Westworld para fazerem aquilo que as leis do mundo real não permitem.

Em outro lado desta história está Robert Ford, que criou um verdadeiro labirinto dentro da mente dos robôs, justamente, para que eles buscassem a própria consciência. A personagem é a primeira a chegar ao final do enigma, nesse processo, descobrindo junto do espectador a resposta para muitas das perguntas da série.

De donzela, então, Dolores passa a ser um dos centros nervosos da revolução. A Delos não deve ser ignorante quanto à proximidade dela com os criadores, o que a torna um alvo preferencial agora que a ordem do dia é a contenção dos danos. Ao mesmo tempo, ela também está do lado de muitos dos agentes que querem ver, mesmo, é o mundo pegando fogo – e ela parece disposta a garantir isso.

Homem de Preto, explodindo cabeças literalmente (ou não)

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Centro de um dos maiores plot twists da primeira temporada, o personagem interpretado por Ed Harris é um visitante veterano de Westworld, visitando o parque frequentemente há mais de 30 anos. Em uma saga de violência que envolve matar robôs e também escalpelá-los, ele está em busca de um dos maiores mistérios do lugar, querendo, a qualquer custo, chegar ao centro do labirinto criado por Robert Ford.

Nem sempre foi assim, porém. Antes dos tiros e da violência, ele era William, vice-presidente executivo da Delos, levado a Westworld pela primeira vez pelo seu cunhado meio babaca, Logan. Apesar de estar de casamento marcado, ele acaba se apaixonando por Dolores e, ao lado dela, participa de diferentes narrativas do lugar, chegando até mesmo a confrontar o amigo.

Seu objetivo final, porém, pode ser interpretado como uma busca pelo fim da barbárie. Uma das teorias mais correntes entre os fãs é que, diante do que os visitantes fazem com os robôs de Westworld, ele é mais um dos envolvidos na busca por entregar a consciência aos hospedeiros, permitindo que eles também reajam violentamente aos abusos que sofrem. É esse o fim do labirinto, tão procurado por ele. Uma prova disso é o sorriso de William ao, no último episódio, receber um tiro no braço durante o início da revolução dos androides.

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Estaria seu desígnio, então, finalmente acontecendo? E qual será o papel que ele terá daqui em diante, tendo jogado a Delos em uma aparente ruína e, também, atingindo seu objetivo final? Em um dos trailers da segunda temporada, ele diz apenas querer ver tudo queimando. Mas até que ponto?

Maeve Millay, a revolucionária

Se Dolores foi a fagulha inicial do grand finale de Westworld, Maeve foi sua executora. Ela é mais uma das tantas androides a fazerem parte das narrativas do parque. Mais do que isso, no papel de uma prostituta, ela também acaba sendo o alvo de muitos dos desejos doentios dos visitantes. Ninguém aguenta isso por muito tempo, como deu para perceber.

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Ao ouvir a frase-gatilho, ela começa a ter flashbacks de um passado esquisito. Uma filha sendo assassinada. Homens com roupas de proteção coletando cadáveres. Operações altamente complexas em um complexo futurista. Aos poucos, vai entendendo que tudo aquilo são memórias e vislumbres não de vidas passadas, mas sim, de narrativas anteriores e, também, do que acontece fora das paredes falsas de Westworld.

Também no caminho de se tornar consciente, ela se deixa morrer para acordar no laboratório do parque, onde leva a melhor e obriga a equipe de manutenção de robôs a aumentar sua inteligência ao máximo – parte de uma programação que serve, novamente, aos fins das narrativas escolhidas e também à mudança de papeis entre os robôs. A partir daí, ela começa a traçar um plano que envolve, também, a obtenção dos privilégios administrativos de Westworld e a destruição do mundo mágico construído pela Delos.

Isso envolve, por exemplo, contar a Bernard (Jeffrey Wright), que ele é, na realidade, um robô construído à imagem e semelhança do co-criador do parque, Arnold, e também coordenar um grupo de hospedeiros rebelados que atacam o laboratório do complexo, matando cientistas, engenheiros e vários outros membros da equipe no processo. O objetivo é fugir.

Entretanto, quando consegue acesso ao trem que a levaria para fora de Westworld, Maeve se lembra da filha que fazia parte de seus flashbacks. Em vez de sair, então, ela decide retornar ao parque e continuar envolvida na revolução que, agora, atinge seu ápice, enquanto busca a criança desaparecida. Mas será que a escolha foi feita, efetivamente, por ela? A revolução em si parece fazer parte de um plano maior, que, também, pode envolver impedir que os hospedeiros deixem o parque?

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Bernard Lowe, o peão

Durante boa parte da primeira temporada de Westworld, o personagem é retratado como um dos maiores especialistas do parque, responsável pela programação dos robôs e agindo como braço direito de Robert Ford. Nos episódios finais, porém, descobrimos que ele é, sim, parte integrante do funcionamento do local, mas não como imaginava.

O programador é, na realidade, uma réplica de Arnold Weber, o co-criador do parque, que morreu pelas mãos de Dolores em uma tentativa de barrar a abertura do local. Mais do que isso, a criação de um programador robótico para trabalhar em outros como si faz parte da visão de Ford de que humanos não são capazes de trabalhar com emoções virtuais nos hospedeiros da maneira mais adequada.

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Durante toda a primeira temporada, até sua descoberta, Bernard se vê envolvido com problemas de funcionamento das narrativas e acontecimentos esquisitos no interior do parque, frutos, entre outras coisas, das ações de Dolores e do Homem de Preto. Ele tem um affair com a diretora de qualidade da Delos, Theresa Cullen (Sidse Babett Knudsen).

Ele, porém, é forçado a matá-la. A executiva fazia parte de um plano da diretoria da Delos para assumir a propriedade de Ford sobre o parque e a programação dos robôs, diante da possibilidade de chegada a uma consciência completa. Mesmo tendo a memória apagada, Bernard retém traços da personalidade de sua “versão” humana e decide, após instruído por Maeve, auxiliar na liberação dos hospedeiros.

E é aí que sua história chega ao fim (ou não). Ao confrontar Ford, Bernard descobre que esta não é a primeira vez que ele chega a esse estado de espírito, um conflito que também já havia ocorrido com Arnold. Esta, porém, será a última vez. O criador do parque ordena que o parceiro se mate com um tiro na cabeça, deixando a sala com uma expressão triste, dizendo, apenas, que é hora de contar uma nova história.

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Nas primeiras imagens da segunda temporada, porém, Bernard aparece em posição oposta à de Dolores. Um diálogo entre os dois dá a tônica do trailer de revelação da continuação e o coloca agindo com a Delos, caminhando entre corpos de hospedeiros e ao lado de soldados armados. Mais um de tantos, então, a se voltarem contra seus criadores, mas no sentido oposto. As interrogações são muitas.

Robert Ford, por trás de tudo

A essa altura do campeonato, boa parte da história do personagem de Anthony Hopkins já foi contada por meio dos resumos dos outros personagens. Entretanto, não podemos esquecer dele, uma das mentes mais inteligentes de Westworld e, também, controlador de tudo o que acontece dentro do parque e também fora dele.

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Usando Bernard, ele consegue perverter o plano da Delos de assumir o controle sobre Westworld, chegando a assassinar gente de alto escalão da empresa. Enquanto isso, por meio de Dolores, Maeve e outros, acaba gerando a revolução dos robôs, agora conscientes, e afrontando a corporação diretamente. A guerra deve ser uma das tônicas da segunda temporada.

Ford criou Westworld ao lado de Arnold Weber, um parceiro misterioso já falecido. Qual não foi a surpresa ao entendermos que o programador do parque não apenas morreu dentro de sua própria criação, mas também foi assassinado pela própria Dolores, por quem nutria uma afeição especial. Ela foi uma das primeiras hospedeiras criadas por ele e, também, responsável por sua tentativa de impedir a abertura do parque, justamente devido ao temor de que os robôs se tornassem autossuficientes.

Como bem sabemos, não deu certo, e 30 anos depois, Westworld continua de portas abertas e com simulações cada vez mais realistas. A morte de Arnold, porém, marcou Ford profundamente, fazendo com que ele criasse a intricada trama que levou à revolução no final da temporada, que termina com um estouro – o da arma de Dolores disparando contra a cabeça dele.

É aí, porém, que está um dos grandes mistérios. Fechando o que parece ser um círculo, Ford teria chegado a seu objetivo final, tendo o mesmo destino do co-criador e amigo Arnold. Entretanto, estaria ele, efetivamente, disposto a abandonar o palco sem ver a consequência de suas ações? Ele não parece ser alguém que, como o Homem de Preto, apenas quer ver o mundo queimar, pelo contrário. Qual seu desígnio final, então?

É sobre Ford que se concentram as maiores especulações dos fãs – o Ford que vemos durante toda a primeira temporada é, na verdade, um robô, agindo sob o controle do verdadeiro criador, que age nas sombras. Faz sentido, inclusive, por representar o inverso do enredo de Arnold, cuja “versão” humana morreu e foi substituída por um robô.

Ou, então, veremos uma repetição do mesmo enredo, com Ford fazendo um sacrifício em prol, dos hospedeiros conscientes, mas mantendo uma réplica de si mesmo para continuar no comando? Esse, espera-se, deve ser um dos pontos a serem abordados na segunda temporada e, também, o motivo pelo qual a cabeça dos fãs continuará fritando ao longo de 2018.

Outras perguntas

Aspectos que não se referem aos personagens também estão rodeando a mente dos aficionados por Westworld. Um dos principais pontos de dúvida é em relação ao mundo fora do complexo. Aparentemente, pelos equipamentos e roupas dos personagens, estamos em um futuro não muito distante, mas como é exatamente a aparência de tudo?

Em um dos trailers, vemos Dolores observando, do que parece ser um terraço, um conjunto de arranha-céus. Mas, também, estamos falando de uma série já reconhecida por abusar dos blefes e mistérios. Nada é real, ou é, não dá para saber ainda. Mas respostas sobre isso é uma das tantas coisas que os fãs desejam para a segunda temporada.

Também na cabeça de todo mundo está o Shogun World, parque japonês visto brevemente durante a revolução liderada por Maeve. No trailer da segunda temporada, inclusive, ela aparece com vestes tradicionais nipônicas e, aparentemente, agindo em meio a samurais, dando a entender que sua resolução não vai envolver apenas chapéus e pistolas, mas também katanas e armaduras. E se existe um mundo oriental, será que existem outros? Até que ponto a brincadeira sobre um local baseado em Game of Thrones tem fundo de verdade?

Além disso, outra grande dúvida é em relação ao tom da segunda temporada. Muitos dos enigmas da primeira foram resolvidos nela própria, ou, então, encaminhados para uma resolução. Nesta continuação, então, Westworld seguiria pelo caminho das explicações, lado a lado com os eventos da rebeldia em si, ou adicionaria mais e mais perguntas ao caldo?

Temos, aqui, uma aposta das mais perigosas, pois continuar escalando nos enigmas pode significar colocar tudo a perder – algo que o produtor J.J. Abrams, também criador de Lost, sabe muito bem como é. Por outro lado, ao reduzir a marcha, é possível que uma frustração por parte dos fãs venha junto, justamente, pela mudança de tom e uma provável redução na complexidade do enredo.

Todas essas questões, porém, começam a ser respondidas na noite deste domingo (22), com a exibição do primeiro capítulo da segunda temporada de Westworld. A expectativa é de 11 episódios e, também, de um terceiro ano, ainda não confirmado pela HBO.