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Você sabia que Sexta-Feira 13 também foi um vírus que infectou PCs mundo afora?

Por| 13 de Agosto de 2021 às 10h05

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Envato /  twenty20photos
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Em tempos de spywares, phishing, spoofings e outros cibergolpes cada vez mais sofisticados, a gente quase tem saudade da “inocente” época dos primórdios da computação, onde a maior preocupação era com vírus que comprometiam o desempenho dos PCs. Mas, mesmo naquela época, alguns desses códigos traziam dor de cabeça para muita gente —  e um deles cai sob medida para a data de hoje: o Sexta-Feira 13.

Também conhecido como Jerusalém, esse vírus foi criado em 1987 e planejou se espalhar no dia 14 de maio de 1988, para “celebrar” o 40º aniversário da criação do estado judeu. Não por acaso, ele foi detectado pela primeira vez pela Hebrew University of Jerusalem. Como a internet ainda engatinhava naquela época, seu método de propagação era mais, digamos, local: ele se espalhava através de disquetes, CD-ROM  e anexos em e-mails. Para ativar o Sexta-Feira 13, bastava que o calendário do PC marcasse essa mesma data. A partir daí, todos os programas e arquivos que estavam sendo utilizados eram infectados e eliminados.

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Espalhando o terror

O Sexta-Feira 13 tinha um tamanho de 419 bytes e infectava arquivos com as extensões “.com”, “.exe” e “.sys” e ampliava o tamanho dos mesmos sempre que eles eram executados no PC. Além disso, o vírus reduzia a memória disponível no computador e fazia com que o MS-DOS - o sistema operacional mais usado na época -  ficasse mais lento. E, mencionado acima, ainda deletava tudo o que via pela frente.  

Para completar, o Sexta-Feira 13 pertencia à categoria dos vírus “bomba-relógio”, ou seja, caso não fosse eliminado, ele ficava “hibernando” na máquina, sendo ativado em todas as sextas-feiras, dia 13 (claro), apagando os arquivos que eram usados naquele dia. Outros códigos maliciosos dessa categoria que fizeram “sucesso” na época eram o Michelangelo, o Chernobyl e o Conficker, também conhecido como 1º de Abril.

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Mesmo em uma época em que o acesso à internet era limitado, o Sexta-Feira 13 conseguiu fazer estragos mundo afora. Ele se espalhou por diversos países, instituições, empresas e universidades, infectando milhares de computadores.

O vídeo abaixo mostra o vírus em ação. Confira:


O fato é que o Sexta-Feira 13 fez tanto barulho mundo afora que foi tema dos principais veículos da época. No dia 08 de outubro de 1989, o jornal The New York Times  publicou uma matéria sobre o malware com previsões catastróficas (sim, meus jovens, matérias sobre Tecnologia eram veiculadas em jornal de papel, vejam vocês). Entre as citações ao vírus na reportagem, está a de Pamela Kane, presidente da Paralex Ltd., que dizia que o Sexta-feira 13 "é um verdadeiro assassino, um dos mais desagradáveis que já vimos". 

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Já Winn Schwartau, então presidente da American Computer Security Industries, sediada em Nashville, afirmou: "Não quero enganar ou criar um clima de pânico, mas estamos lidando com algumas empresas que possuem 10 mil PCs em rede. Nós já fornecemos o software de vacina para 22 mil computadores em uma instalação no Canadá. Esse programa foi desenvolvido para encontrar e neutralizar o vírus". 

Como “matar” o Sexta-Feira 13?

As recomendações da época em que o vírus começou a se espalhar eram as mesmas que usamos hoje: manter o sistema operacional e as soluções de segurança (como os antivírus) sempre ativados. Além disso, jamais abrir e-mails, links e anexos de origem desconhecida. Enfim, o básico. No entanto, alguns especialistas daqueles tempos também recomendavam uma solução mais, digamos, artesanal: eles aconselhavam aos usuários de PCs que alterassem o relógio do sistema para evitar que o computador "pensasse" que era sexta-feira 13 e fosse direto para o sábado, dia 14. Dessa forma, o código não seria ativado. 

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Além disso, o Sexta-Feira 13 acabou perdendo seu poder de destruição com a chegada do Windows e com o desenvolvimento de soluções de segurança mais eficientes. Com isso, a atuação do código ficou restrita às máquinas que ainda rodavam o MS-DOS. Hoje, é possível que o código esteja extinto ou, no máximo, armazenado em cópias que estão nas mãos de pesquisadores especializados em segurança digital.