Visa aposta em dados e IA para impedir fraudes no e-commerce
Por Felipe Demartini • Editado por Claudio Yuge |
A análise de dados históricos e uma inteligência artificial preditiva são as armas em que a Visa confia para combater a onda cada vez mais crescente no comércio eletrônico. Diante do aumento vertiginoso do e-commerce durante a pandemia, ao longo dos últimos dois anos, a empresa se viu obrigada a acelerar, também, seus investimentos em segurança, afirmando ter investido bilhões de dólares nessa categoria ao longo dos últimos cinco anos.
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O principal foco de todo esse dinheiro, conta a empresa em uma reportagem do site estrangeiro Tech Radar, foi o desenvolvimento de uma suíte de ferramentas de inteligência artificial que ajude a identificar compras fraudulentas e golpes bancários. De acordo com a operadora de cartões, a peça central desse sistema é o volume de petabytes de dados históricos de transação, que cresce a cada dia, e foi transformado em arma contra os bandidos.
O objetivo final, afirma a Visa, é identificar os padrões de fraude, principalmente no que toca o uso comum pelos clientes. Tais elementos são calculados pelo que a bandeira chama de “pontuação de Autorização Avançada”, uma graduação que mostra o tamanho da possibilidade de uma transação ser fraudulenta, entregando em tempo real aos operadores dos cartões uma análise se a compra pode ou não ser aprovada.
De acordo com a empresa, a porcentagem de compras fraudulentas em relação às legítimas se manteve semelhante aos anos anteriores. O índice de crimes, claro, aumentou, mas com a explosão do comércio eletrônico e a adoção dos sistemas, assim como medidas adicionais de proteção pelas próprias varejistas, esse total permaneceu similar. O desafio é garantir que as plataformas sigam mantendo esse cenário, na medida em que os bandidos buscam novas maneiras de agir.
Os detalhes sobre como tudo funciona, claro, são mantidos em sigilo, com a empresa esperando que os números falem por si. Segundo a Visa, US$ 26 bilhões (R$ 132,9 milhões) em fraudes teriam sido evitadas em todo o mundo no ano passado, e na medida em que o sistema é aprimorado e recebe mais informações, a ideia é que esse total seja ainda maior ao final de 2022.
A bandeira atribui isso não apenas ao próprio sistema, mas também a uma maior conscientização dos consumidores sobre golpes e fraudes no e-commerce. Isso acompanha, também, campanhas informativas e alertas em aplicativos que indicam medidas protetivas e demais cuidados a serem tomados, ainda que a ideia geral seja de que a experiência ainda precise ser intuitiva e sem fricção, caso contrário, ou a compra não é realizada ou a segurança é deixada de lado. A Visa não quer saber de nenhuma das alternativas, algo que também justifica o investimento de bilhões.
Fonte: TechRadar