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Ucrânia sofreu ataque com malware horas antes de invasão russa

Por| Editado por Claudio Yuge | 01 de Março de 2022 às 11h25

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Logsign/Reprodução
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Uma nova categoria de malware foi usada contra a infraestrutura digital da Ucrânia apenas horas antes de o país ser invadido pela Rússia. A praga até então desconhecida é a FoxBlade, um trojan voltado para golpes de negação de serviço utilizado para tornar indisponíveis as redes de comunicação nos momentos anteriores aos bombardeiros e ataques terrestres que atingem o país desde então.

As informações são da Microsoft, que classifica os ataques como ainda ativos e direcionados com precisão. Em postagem, o vice-presidente do conselho da empresa, Brad Smith, taxou a ofensiva como altamente destrutiva e focada no esforço de guerra. O golpe pode ter sido o responsável pela interrupção breve nas comunicações em território ucraniano, também detectada por especialistas em segurança digital nas horas anteriores à invasão pelo exército russo.

Segundo a Microsoft, o ataque foi relatado às autoridades ucranianas enquanto ainda estava em andamento, com apoio técnico e medidas de mitigação. Além disso, de acordo com Smith, o software de segurança Defender, da empresa, ganhou atualização em três horas para combater o FoxBlade, de forma a garantir a proteção de empresas e setores que utilizem a plataforma e possam ser alvos do malware.

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A companhia chama a atenção para a gravidade do momento, com o uso indiscriminado de malware em uma operação de guerra que não foi visto nem mesmo em 2017, quando o ransomware NotPetya se espalhou pela Ucrânia e, depois, pelo mundo. Segundo Smith, Microsoft e Ucrânia têm trabalhado juntas desde o início das tensões, uma vez que o governo do país é cliente da companhia, assim como diversas organizações importantes do país e centenas de milhares de usuários finais.

Colaboração a favor da Ucrânia

Na publicação, o executivo revela preocupação com setores essenciais ucraniano, como serviços de saúde e ajuda humanitária, agricultura, finanças e energia. Ele aponta o risco de golpes desse tipo atingirem a população diretamente e cita a Convenção de Genebra, assim como uma cooperação com a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e demais países, em busca de caminhos de mitigação e defesa de corporações do país atingido e também fora dele.

O vice-presidente do conselho também anunciou que a Microsoft não exibiria mais propagandas de agências estatais da Rússia, enquanto aplicativos de agências de notícias ligadas ao governo serão removidos da loja de apps para o Windows. Tais sites também sofrerão penalidades nas buscas do Bing, enquanto outros esforços de desinformação e disseminação de fake news seguirão em análise pela companhia.

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A companhia também anunciou medidas de proteção para funcionários dos escritórios na Rússia e Ucrânia, bem como suas famílias, assim como imigrantes destes países que trabalhem em outras sedes ao redor do mundo. Por fim, a Microsoft pede pela retomada da paz e pelo respeito à soberania da Ucrânia.

A guerra iniciada pela Rússia contra o país vizinho entra nesta terça-feira (1) em seu sexto dia, com bombardeios sobre o centro de Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana. A capital, Kiev, segue sob cerco e a expectativa é que ela volte a ser atacada, enquanto se espera uma nova rodada de negociações entre emissários das duas nações em Belarus. A primeira reunião, nesta segunda (28), não teria gerado acordos, mas há a expectativa de um cessar-fogo após uma nova conversa, com os delegados envolvidos, agora, voltando a suas capitais para deliberações.

Fonte: Microsoft