Ucrânia diz ser alvo de campanhas de desinformação e fake news
Por Felipe Demartini | Editado por Claudio Yuge | 16 de Fevereiro de 2022 às 13h10
A Ucrânia afirmou estar sendo o alvo de campanhas de desinformação, fake news e disseminação do pânico, focadas em minar a confiança da população no governo em meio às tensões com a Rússia. O Serviço de Segurança do país (SSU, na sigla em inglês) chamou os atos de “guerra híbrida” para falar sobre os ataques digitais, que acontecem ao lado com a movimentação de tropas e a desestabilidade da reigão.
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De acordo com as autoridades ucranianas, agências de inteligência estrangeiras estão usando fazendas de robôs para disseminar notícias falsas em rede social, enquanto sites noticiosos a serviço das campanhas divulgam informações manipuladas. Em comunicado, o serviço de segurança falou que a ideia é perpetuar “as narrativas dos agressores”, que estão sendo ativamente contra-atacadas por oficiais do país.
Além de ataques cibernéticos e a disseminação de informações falsas, as organizações oficiais do país também falam em ameaças e falsas denúncias de bombas em instituições de ensino, centros de compras, estações de metrô e aeroportos, entre outros serviços essenciais. Na última semana, o país disseter fechado uma fazenda de bots que controlava mais de 18 mil contas em diferentes redes sociais, todas focadas na divulgação de fake news e ataques contra o país.
Figuras políticas, lideranças e autoridades também estariam na mira de golpes que foram atribuídos ao grupo Gamaredon, que teria ligações com o governo russo. Neste caso, de acordo com um relato da Microsoft, e-mails fraudulentos estavam sendo enviados a diferentes organizações dos poderes público e privado desde outubro do ano passado, no que foi categorizado como uma campanha de espionagem cibernética que também contou com o apoio de agentes da Crimeia.
O território já foi motivo de tensões entre os dois países, com as relações diplomáticas fragilizadas assumindo um ponto mais alto nas últimas semanas, com a possibilidade de a Rússia invadir a Ucrânia. O centro das discussões que podem se tornar bélicas, entretanto, é uma possível entrada dos ucranianos na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), com o Kremlin afirmando que a aliança a uma organização liderada pelos EUA traz perigo à soberania russa.
Enquanto isso, a Ucrânia acusa os rivais de financiarem grupos separatistas e tentarem minar sua autoridade com a já citada “guerra híbrida”. Mesmo sem uma invasão, que segue como temor, o posicionamento de mais de 100 mil tropas na fronteira, a troca de faíscas entre representantes dos dois países e as falas duras de Putin, assim como as operações digitais, ajudam na escalada do conflito, que ainda segue em andamento.
Fonte: Bleeping Computer