Telefones básicos também são alvos de cibercrimes; conheça os riscos
Por Dácio Castelo Branco | Editado por Claudio Yuge | 08 de Dezembro de 2021 às 21h20
É comum que famílias, para manter contato com seus membros mais idosos, os presenteiem com telefones básicos, dispositivos baratos que só contam com funcionalidades simples como agenda, ligações e SMS. Porém, até esses aparelhos contam com problemas de segurança, conforme demonstrado por uma pesquisa do laboratório russo Xa6p, que analisou cinco modelos dessa categoria.
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Segundo a pesquisa, dos cinco telefones analisados, dois, ao serem ligados, enviam os dados do usuário, sem nenhum tipo de criptografia, para um servidor não identificado. Entre as informações transmitidas, estão o número de série do aparelho, país de ativação, informações do firmware e de localização.
A transmissão dos dados é feita pela internet, uma função que muitos usuários desse tipo de aparelho nem tem noção quando está ativa, não sabendo interpretar possíveis indicadores no visor. Com isso, é possível que o telefone cause, além do vazamento de dados, cobranças inesperadas de tráfego móvel, sem saber da razão.
Os riscos mais alarmantes, porém, estão em outros dois aparelhos avaliados, que além do envio de dados descrito acima, também contam com funções executadas a partir de conexão com um servidor de comando e controle (C2) para o envio oculto de SMS para números pagos. Ainda, um desses dois modelos consegue interceptar mensagens SMS e enviá-las para um agente desconhecido, possibilitando que a autenticação de duas etapas de muitos serviços seja burlada.
Melhor optar por smartphone
A maioria desses celulares básicos, graças ao nível atual da tecnologia no mundo, contam com acesso à internet, possibilitando que, além das questões acima, como o vazamento de dados, eles também possam ser alvo de ataques digitais.
A falta de atualizações de segurança para os aparelhos também é um sinal para ficar atento, já que significa que a fabricante pode não estar ligando para possíveis problemas que possam ser usados por criminosos contra os usuários do aparelho.
Além disso, como as opções mais baratas são normalmente fabricadas e compradas de locais sem renome, não há garantias que o dispositivo não foi violado para a instalação de agentes maliciosos antes de seu envio para o comprador.
Por tudo isso que, tanto a pesquisa do laboratório russo quanto nós do Canaltech recomendamos que smartphones de marcas conhecidas sejam usados, mesmo pela população mais idosa. O mercado hoje conta com opções simples capazes de atender as demandas do público menos digital, além de contarem com atualizações de segurança disponibilizadas pelos fabricantes.
Mesmo que o processo seja difícil, muitas vezes é melhor aprender a usar algo novo do que correr riscos desnecessários.
Fonte: Kaspersky