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Sistema está usando suas fotos do Facebook para fazer reconhecimento facial

Por| 22 de Janeiro de 2020 às 09h40

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No último fim de semana, o jornal norte-americano The New York Times divulgou a existência de um banco de dados alimentado com bilhões de fotos retiradas de redes sociais, como Facebook e YouTube. O banco pertence à Clearview AI e é utilizado, basicamente, para reconhecimento facial e destinado a mais de 600 agências de governo, empresas privadas e órgãos como FBI, o Departamento de Segurança Interna e as polícias da Flórida e de Indiana, nos EUA.

Na prática, o sistema compara imagens que possui com as de perfis públicos nas redes sociais na intenção de descobrir o nome, a localização, a profissão e o núcleo social de um suspeito. Segundo o cofundador da Clearview AI, Hoan Ton-That, a ferramenta da empresa só usa fotos que já estavam disponíveis na internet e a identificação acontece por meio de uma rede neural com direito a cálculos a partir de detalhes presentes nas imagens. Quando uma foto é enviada, a ferramenta a analisa e apresenta o material de uma vizinhança, e o código da solução inclui meios de usá-la com óculos de realidade virtual, o que faria as pessoas serem identificadas quase que instantaneamente. De acordo com Ton-That, porém, essa opção não deverá ser lançada. Um policial da Flórida afirmou ao The New York Times que, até então, contava com uma ferramenta de reconhecimento facial criada por órgãos do estado chamada FACES.

Voltando à Clearview AI: a empresa começou a ter investimentos em 2017 depois de receber recursos de Peter Thiel, cofundador do PayPal e um dos primeiros investidores do Facebook. Em 2019, após a segunda rodada de investimentos, chegou à marca de US$ 7 milhões. Apesar de ter desencadeado uma boa reação por parte dos órgãos que a utilizam, essa novidade tem gerado controvérsias, uma vez que, tendo tantos dados assim, há a preocupação de que ela seja utilizada para perseguir ativistas em protestos ou até mesmo pessoas conhecidas de quem a opera, por exemplo. É válido lembrar que a privacidade e a segurança têm sido assuntos muito delicados, vide Cambridge Analytica, por exemplo.

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Outra controvérsia é que faltam detalhes sobre a capacidade da Clearview AI de proteger os dados das pessoas. Por fim, problemas em torno do reconhecimento facial também foram notados em algumas ocasiões, resultando em altas taxas de erros sendo registradas, levando à proibição do uso da tecnologia pelo governo em São Francisco, por exemplo.

Fonte: The New York Times