Relatório da Apple cita mais de 600 pedidos de informação do governo brasileiro
Por Felipe Demartini | 21 de Dezembro de 2018 às 12h57
A mais recente edição do relatório semestral de transparência da Apple, publicado nesta semana e referente ao período de janeiro a junho de 2018, revelou que mais de 600 pedidos de informação foram feitos à empresa pelo governo brasileiro. O total ainda é bastante baixo na comparação com outros países, como China, Estados Unidos e Alemanha, que liderou o primeiro ranking deste ano.
As solicitações são divididas em diferentes tipos, de acordo com a categoria. No caso do governo brasileiro, 407 solicitações foram feitas em relação a dispositivos, para identificação remota de números seriais e IMEI relativos a 2.324 identificadores, que podem variar desde usuários até contas de acesso ou outros dados. 85% destes pedidos foram atendidos.
Além disso, as autoridades nacionais fizeram outras 200 solicitações relacionadas especificamente a dados de contas do iCloud, com 980 identificadores relacionados a IDs e e-mails. 88% destes pedidos foram atendidos. A Apple, ainda, recebeu duas solicitações ligadas a identificadores financeiros, para entrega de dados de cartões de crédito ou gift cards, além de outras três em caráter emergencial, quando a polícia precisa das informações com urgência e não pode esperar pelos processos usuais. Nestes casos, a Maçã atendeu, respectivamente, 100% e 67% dos contatos.
No caso do Brasil, não existiram solicitações para retirada de conteúdo do ar ou remoção e bloqueio de contas ou perfis de usuário. Além disso, em um único caso, a Apple optou por preservar as informações de um de seus clientes, não entregando a totalidade dos dados pedidos pelas autoridades, mas contribuindo com as investigações na medida do possível.
No total global, a Apple viu um aumento de 9% nos pedidos de informação, com 32,3 mil sendo feitos em todo o mundo. A Alemanha, como dito, ficou no topo do ranking, com 13,7 mil solicitações governamentais de dados, envolvendo 26,1 mil dispositivos. Os EUA aparecem na segunda posição, com 4,5 mil, mas os dados não são precisos pois a companhia não pode revelar números relacionados a investigações ligadas à segurança nacional, tendo de falar apenas em aproximação, tendo recebido entre 1 mil e 1.500 solicitações do tipo.
A fabricante ainda cita um aumento nos pedidos relacionados especificamente a dados e informações contidos em contas do iCloud por conta, principalmente, de uma grande investigação contra fraudes financeiras que está em andamento na China. O país teve o maior aumento entre todas as nações que realizaram solicitações à Apple.