Rede interna do Tesouro Nacional é vítima de sequestro digital
Por Felipe Gugelmin | Editado por Claudio Yuge | 16 de Agosto de 2021 às 18h10
O Ministério da Economia confirmou que a rede interna da Secretaria do Tesouro Nacional foi vítima de um ataque de ransomware na última sexta-feira (13). Os efeitos do ataque, que consiste em criptografar arquivos e pedir resgates em dinheiro para desbloqueá-los, ainda estão sendo investigados pela Polícia Federal e por especialistas em segurança.
- Prepare-se: ataques hackers ao poder público poderão ser mais frequentes
- TSE anuncia reforço na transparência e auditabilidade das urnas eletrônicas
- STJ e outros órgãos do governo são alvos de ataques cibernéticos
“Nesta primeira etapa, avaliou-se que a ação não gerou danos aos sistemas estruturantes da Secretaria do Tesouro Nacional, como o Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI) e os relacionados à Dívida Pública”, declarou o Ministério da Economia em nota. O governo prometeu que vai divulgar novas informações sobre o caso no futuro, mas não detalhou uma previsão de quando isso pode acontecer.
Nesta segunda-feira (16), a Secretaria do Tesouro Nacional afirmou em uma nota conjunta com a B3 (operadora da Bolsa de Valores Brasileiras) que o ataque não afetou “de forma alguma” as operações do Tesouro Direto, software que permite que pessoas físicas comprem e vendam títulos da dívida pública. Até o momento, não há detalhes sobre quem foi responsável pela ação, tampouco informações sobre um possível pedido de resgate.
“Os efeitos da ação criminosa estão sendo avaliados, neste primeiro momento, pelos especialistas em segurança da Secretaria do Tesouro Nacional e da Secretaria do Governo Digital”, afirma a nota divulgada pelo Ministério da Economia. “Novas informações sobre o assunto serão divulgadas tempestivamente e com a devida transparência”, prometeu o órgão.
Tendência de ataques ao poder público
Os ataques realizados contra a Secretaria do Tesouro Nacional seguem uma tendência mundial na qual o poder público se torna cada vez mais um alvo atraente para cibercriminosos. O Brasil já foi cenário de ações semelhantes em um passado recente — em novembro de 2020, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) foi alvo de um ataque cibernético que o deixou totalmente inoperante durante algum tempo.
O caso também se tratou de um ataque do tipo ransomware, resultando no sequestro de mais de 1,2 mil serviços, incluindo máquinas virtuais. A ocasião também foi marcada por ataques contra o Ministério da Saúde e contra a Secretaria de Economia do Distrito Federal, que suspendeu temporariamente as atividades da rede GDFNet para evitar a extração de dados.
Fonte: CNN Brasil, G1