PF quer extradição de suspeitos de ciberataque que desviou R$ 813 milhões no Pix
Por Jaqueline Sousa • Editado por Jones Oliveira |

A Polícia Federal (PF) solicitou a extradição de oito pessoas presas no exterior por desvio milionário que afetou o Pix. Ao todo, foram R$ 813 milhões desviados durante um ataque hacker, que é investigado pelas autoridades desde julho.
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O pedido vem após a conclusão da segunda fase da Operação Magna Fraus, que prendeu 21 pessoas que faziam parte de um grupo criminoso especializado em fraudes bancárias. O ataque foi contra a empresa C&M Software, prestadora de serviços tecnológicos para companhias de pagamento.
Investigado pela PF, o esquema consistia no desvio de dinheiro de contas usadas por bancos e empresas de pagamento que gerenciam transferências via Pix dos clientes. A operação identificou que a fraude gerou prejuízo financeiro a várias instituições, com destaque para o sistema de pagamento instantâneo.
Os responsáveis pelo crime digital usavam técnicas sofisticadas para burlar o sistema de segurança das empresas, driblando o rastreamento do dinheiro após a transferência para não ser identificado.
Pedido de extradição
A solicitação da PF pela extradição ocorreu juntamente ao mandado de prisão das 21 pessoas responsáveis pelo ataque hacker, já que oito delas foram detidas no exterior, sendo seis na Espanha e duas na Argentina. A ação foi movida com apoio da Interpol.
Agora, o próximo passo envolve os procedimentos legais para fins de extradição, cujo intuito é “devolver” os investigados ao Brasil para que eles respondam aos crimes em território nacional.
O grupo está sendo indiciado pelos crimes de organização criminosa, invasão de dispositivo informático, furto mediante fraude eletrônica e lavagem de dinheiro.
Combate histórico ao crime cibernético no Brasil
Para além das prisões no exterior, 13 dos 21 detidos foram encontrados no Brasil, com sete em Goiás, um em Brasília, dois em Santa Catarina, um em São Paulo, um em Minas Gerais e um na Paraíba.
Além disso, foram apreendidos 15 carros de luxo e 26 imóveis foram bloqueados na justiça. A PF também encontrou objetos de luxo e mais de R$ 1 milhão em criptomoedas.
Na visão das autoridades, a operação marca um momento importante para o Brasil no combate ao crime digital, considerando a investigação que afetou o Pix como a maior do país.
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Fonte: CNN Brasil