PF prende suspeito de ciberataque ao Ministério da Saúde ligado ao Lapsus
Por Claudio Yuge |

A Polícia Federal (PF) anunciou nesta quarta-feira (19) a prisão de um homem suspeito de integrar o grupo cibercriminoso Lapsus, ligado a diversos ataques cibernéticos internacionais e a órgãos do governo brasileiro, inclusive o Ministério da Saúde, em 2021. A detenção aconteceu em Feira de Santana, na Bahia.
- PF faz operação contra grupo cibercriminoso que atacou Ministério da Saúde
- Lapsus teria usado método simples para invadir Microsoft, Samsung e outros
A prisão faz parte da Operação Dark Cloud, que, desde agosto, vem investigando os ciberataques ao órgãos governamentais brasileiros, e, em especial, pessoas com possíveis ligações ao grupo Lapsus. De acordo com a PF, o suspeito, que foi detido em companhia de sua namorada, é natural da Paraíba e é considerado um dos maiores hackers brasileiros — seu nome não foi divulgado.
Os crimes investigados, segundo a PF são os de organização criminosa, invasão de dispositivo informático, interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, radiotelegráfico ou telefônico, impedir ou dificultar-lhe o restabelecimento. Segundo nota das autoridades, “foi constatada ainda a prática de corrupção de menores, crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente, e de lavagem de capitais, conforme a Lei nº 9.613/1998”.
Lapsus tem uma extensa lista de ciberataques conhecidos
Depois de atacar o Ministério da Saúde e deixar o aplicativo ConecteSUS fora do ar por quase duas semanas, o grupo Lapsus também está ligado aos ciberataques contra a Polícia Rodoviária Federal, o Ministério da Economia e a Controladoria-Geral da União.No cenário internacional, o Lapsus também disse ter está atrelado a ciberataques contra empresas como Mercado Livre, Microsoft, LG, Samsung e Nvidia.
Contudo, há um cerco global de autoridades em todo o mundo em busca de integrantes do Lapsus, que saiu de circulação depois que dois adolescentes, um de 16 anos e outro de 17 anos, foram presos no Reino Unido. A Operação Dark Cloud é a primeira a ser realizada no Brasil com foco direto na quadrilha e faz parte de investigações ainda em andamento pela Receita Federal.