Para o FBI, criptografia de dados é um problema de segurança pública
Por Ricardo Ballarine | 10 de Janeiro de 2018 às 16h24
As fabricantes de celulares e os desenvolvedores de aplicativos lutam a cada dia para deixar seus produtos cada vez mais seguros. Mas, para o FBI, isso é um problema. Na palavra do atual diretor da agência, é uma "questão de segurança pública".
Christopher Wray, que substituiu James Comey no comando do FBI, disse, em uma conferência sobre cibersegurança, que o setor privado precisa trabalhar com o governo para encontrar formas mais rápidas de solucionar o problema causado pela criptografia.
Segundo Wray, o FBI não conseguiu acessar os dados de 7.775 telefones até o fim do ano fiscal americano (30 de setembro de 2017), mesmo tendo mandados para isso. Esse número é mais da metade do que o órgão tentou invadir no período.
O FBI insiste em dizer que não está interessado em checar os dados do cidação comum, apenas daqueles que são considerados suspeitos de alguma atividade ilegal.
Backdoor para acessar dados
A saída de Comey não aliviou em nada a posição do governo dos Estados Uidos e do FBI. O ex-chefe havia sugerido às empresas de tecnologia de criar um backdoor nos apps e smartphones para que o governo pudesse acessar os dados durante uma investigação.
Na época, Tim Cook, CEO da Apple, disse que essa sugestão tinha implicações "arrepiantes" e "perigosas", pois as empresas não poderiam controlar o acesso ao backdoor. Dessa forma, o governo poderia acessar a qualquer momento o celular de um cidadão.
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Wray tentou justificar ao afirmar que cada vez mais as investigações dependem de arquivos eletrônicos. Ele não acredita na conversa da indústria de tecnologia de que é impossível criar soluções que tornem a criptografia mais "amigável" à lei.
Fonte: Engadget