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IAs podem descobrir sua senha pela temperatura do teclado

Por| Editado por Claudio Yuge | 27 de Abril de 2023 às 19h33

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BrianAJackson/Envato
BrianAJackson/Envato

O rastro de temperatura deixado pelos seus dedos ao digitar em um teclado pode ser usado para descobrir a sua senha. A ideia, que já foi vista em múltiplos filmes de espionagem, foi colocada à prática com alta taxa de sucesso por pesquisadores da Universidade de Glasgow, na Escócia, que usaram câmeras térmicas e inteligência artificial para quebrar credenciais.

O processo usado foi relativamente simples, com uma fotografia térmica sendo tirada de um teclado em até 30 segundos após a digitação das credenciais, de forma que os rastros de calor pudessem der registrados. Depois, um banco de dados com 1.500 imagens desse tipo foi alimentado a uma inteligência artificial chamada ThermoSecure, responsável pela análise e tentativa de obtenção das credenciais.

Os resultados impressionaram. Senhas com seis dígitos tiveram uma taxa de acerto de 92%, enquanto aquelas com 16 caracteres foram acertadas pela máquina em 55% dos casos. Nos níveis intermediários, taxas igualmente altas, com credenciais de oito toques tendo índice de 80%, enquanto aquelas com 12 pressionamentos foram quebradas em 71% dos casos.

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O estilo de digitação dos usuários também mudou os resultados. Quem usa apenas dois dedos de cada mão para fazer isso tem maior chance de ver sua senha sendo descoberta pela IA em relação aos digitadores mais velozes; aqui, as taxas foram de 92% e 83%, respectivamente. Claro, é importante lembrar que as imagens térmicas precisam ser produzidas após a entrada da senha, e apenas ela, já que o uso comum de um teclado poderia interferir na chance de acerto.

Falando neles, aspectos relacionados à construção também têm reflexo nos resultados. Teclas de plástico ABS, usadas nos modelos mais comuns, têm maior retenção de calor e precisão média de 52%, contra apenas 14% dos mkeycaps PBT, presentes em modelos premium. Enquanto variáveis como a temperatura do ambiente apresentaram pouca distorção, o uso de teclados com backlight se provou mais seguro, já que a emissão dos LEDs oculta os rastros de calor dos dedos.

Na prática, claro, não é tão simples quanto em um filme de espionagem, mas estamos falando de uma exploração totalmente possível. Uma câmera bem posicionada e controlada à distância por um atacante seria capaz de registrar o momento logo após a digitação de uma senha durante o trabalho em um café ou saguão de embarque de aeroporto, por exemplo, com a tecnologia fazendo o restante do trabalho.

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Não há nem mesmo a necessidade de usar dispositivos avançados para realizar as capturas. Os estudos foram feitos com uma câmera térmica disponível no mercado para usuários finais, com um valor de US$ 150 (cerca de R$ 750), enquanto sistemas de IA de código aberto também foram utilizados para criar algoritmos que detectassem a posição das teclas, onde estariam as assinaturas de calor, e a ordem dos caracteres digitados.

Fonte: Universidade de Glasgow (ACM Digital Library)