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IA e Regulamentação: Fórum da ESET mostra tendências na cibergurança para 2026

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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DC Studio/Freepik
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No último Fórum Latinoamericano de Segurança da ESET, realizado no Uruguai, pesquisadores da empresa eslovaca de cibersegurança relataram as tendências para o campo, de ameaças a usos da tecnologia pelos usuários. O Canaltech esteve presente no evento e traz as impressões e insights dos especialistas LATAM.

De acordo com Martina López e Mario Micucci, pesquisadores do departamento argentino da ESET, tem sido percebido um uso massivo da inteligência artificial para os crimes virtuais, o que só deverá aumentar em 2026.

A tecnologia é empregada, principalmente, em esforços de phishing e spear-phishing, mas há mais aspectos envolvidos, que vamos destrinchar logo abaixo.

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Inteligência Artificial no cibercrime

Uma novidade crescente é o uso de Agentic AI (ou IA agêntica), as inteligências artificiais mais autônomas que possuem capacidade de estabelecer metas e agir com intervenção humana mínima: uma versão evoluída dos chatbots como o ChatGPT. Esses avanços ajudam na evasão dinâmica da detecção dos malwares.

Apesar de ajudar em diversos aspectos do desenvolvimento de softwares e avanço da cibersegurança, as próprias IAs possuem suas brechas, sendo vulneráveis, por exemplo, ao envenenamento de IA, iniciativa que alimenta o banco de dados da tecnologia com informações falsas ou compromete seu próprio aprendizado de máquina no desenvolvimento.

A dupla também destacou a evolução dos ransomwares, especialmente a popularização do oferecimento desses agentes maliciosos como serviço, (ransomware-as-a-service, RaaS). Em agosto deste ano, pesquisadores da ESET identificaram o primeiro ransomware feito com a ajuda de IA: apesar de ainda não estar em estado funcional, foi prova dos avanços do hackers no campo.

Notou-se o uso de modelos estatísticos para buscar as vítimas mais propícias para ataques por ransomwares como o LunaLock, que foi atualizado com a ferramenta recentemente: os cibercriminosos, nas iniciativas de ransomware, ameaçam liberar obras de artistas com direitos autorais no treinamento de ferramentas de IA.

As expectativas para o ano que vem são de que a IA permita facetas mais diversificadas de extorsão de usuários, e que a inteligência artificial integra aspectos do cibercrime que vão além do desenvolvimento de agentes maliciosos.

Regulamentação da IA

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Com o avanço das tecnologias, também são aguardadas atualizações das regulamentações governamentais acerca de inteligência artificial e ferramentas afins.

Com a dependência tecnológica das empresas e usuários, se faz importante estudar e regulamentar o uso de IA, especialmente seu uso para fazer deepfakes e outras imitações convincentes de figuras públicas e celebridades.

Já há alguns pioneiros na área, destacando-se o Ato de Inteligência Artificial da União Europeia, que exige transparência por parte de empresas e agências sobre o uso de IA em suas produções, bem como define obrigações adicionais sobre a utilização da tecnologia para biometria e manipulação emocional dos usuários.

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A transição dessa etapa normativa deverá trazer um uso mais aprofundado da IA em setores públicos: um exemplo chave é uma ministra da Albânia, feita totalmente com inteligência artificial, tomando decisões que impactam diretamente a população do país do leste europeu.

Espera-se que as leis acerca de ferramentas generativas como essa exijam a identificação obrigatória, para fins de transparência governamental e tecnológica.

Para a área, ficam desafios como o desenvolvimento de auditorias eficazes na identificação e controle de IA, incluindo a exigência do uso de metadados verificáveis. No campo da cibersegurança, deverão aumentar os riscos envolvendo a integridade de dispositivos tecnológicos, segundo a conclusão dos especialistas da ESET.

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