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Guerra aos cookies: como os navegadores estão protegendo a sua privacidade

Por| 04 de Setembro de 2020 às 21h40

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Mozilla
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Com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) prestes a entrar em vigor, uma das iniciativas mais comuns que você verá ao adentrar em sites é um banner lhe questionando se você aceita ou não um cookie. Não, a página web não está lhe oferecendo um biscoitinho com gotas de chocolate: os cookies, em informática, nada mais são do que pequenos códigos que te identificam na web.

Ao visitar um site e aceitar tal código, ele passa a te identificar e respeitar suas preferências — fazendo com que você não precise confirmar sua idade sempre que visita aquela loja de bebidas alcoólicas ou informar seu email naquele pop-up de inscrição em uma newsletter. Aqui no Canaltech, por exemplo, os cookies são usados para exibir graficamente qual matéria você já leu em nossa homepage.

Cookies são um componente essencial da web e podem ajudar a tornar sua experiência online ainda melhor; o problema é que, ao longo dos últimos anos, as redes de publicidade digital também têm utilizado esse sistema para rastrear a atividade dos internautas e oferecer propagandas direcionadas. Isso explica o porquê de você receber tantos banners sobre vinhos após pesquisar qual é a melhor harmonização com um pinot noir.

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Os cookies empregados por tais redes publicitárias são conhecidos como “cookies de terceiros” ou “third-party cookies”, no original em inglês. Felizmente, com a população global acordando para questões de segurança de dados pessoais, os navegadores resolveram declarar guerra à tal prática. Ao que tudo indica, eles estão vencendo.

Diferentes abordagens

Cada browser disponível no mercado adotou seu próprio sistema para, digamos, nivelar o uso legítimo e o uso abusivo de cookies. O Apple Safari, por exemplo, possui o Intelligent Tracking Prevention (ITP), que chama atenção por sua capacidade de analisar automaticamente os cookies oferecidos, bloquear os de terceiros e até distinguir um cookie publicitário que esteja disfarçado como um convencional — sim, isto é possível.

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O Firefox, da Mozilla, conta com uma abordagem similar, mas batizada de Enhanced Tracking Protection (ETP). O sistema foi recentemente atualizado no começo de agosto para se tornar mais inteligente, e, segundo a companhia, ele já foi responsável por bloquear 3,4 trilhões de cookies de rastreamento desde que foi lançado.

Já o Microsoft Edge e o Google Chrome também possuem ferramentas nativas de bloqueio de third-party cookies, mas elas não vem ativas “de fábrica”. O Gigante das Buscas afirma querer eliminar esse tipo de código até 2022, mas temos uma questão importante aqui: as big techs não querem deixar de comer uma fatia desse mercado gigantesco que é a publicidade online.

O que o futuro nos reserva?

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Em agosto do ano passado, o Google lançou um projeto batizado de Privacy Sandbox, que nada mais é do que um ecossistema mais refinado que visa substituir o funcionamento clássico dos cookies. O objetivo seria classificar melhor esses pequenos trechos de código, oferecendo uma maior transparência tanto para os usuários quanto para os anunciantes — permitindo que todo mundo fique feliz sem que sejam feridos os direitos dos internautas.

A grosso modo, o projeto consiste de cinco APIs que poderão ser empregadas pelas redes de publicidade para obter dados anonimizados e agregados, permitindo que eles continuem oferecendo propagandas direcionadas sem necessariamente colocar as mãos em informações pessoais ou hábitos de navegação. Esse futuro utópico ainda está um pouco longe da realidade, mas a ideia em si já é um grande avanço para nossa privacidade digital.

Fonte: Gizmodo