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Google revela como a IA está mudando o jogo da cibersegurança

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Erick Teixeira
Erick Teixeira

A inteligência artificial deixou de ser apenas promessa de inovação. Para o Google, ela já é o campo de batalha da cibersegurança. Em encontro com jornalistas em São Paulo, Sandra Joyce, Vice-Presidente de Inteligência de Ameaças do Google, foi direta: “A inteligência artificial é hoje tanto uma ferramenta de defesa quanto uma arma poderosa para atacantes.”

Phishing perfeito, vishing e deepfakes

A executiva explicou que grupos criminosos já usam IA para refinar ataques digitais. O que antes era um e-mail mal escrito hoje pode parecer uma mensagem legítima. A IA já mudou a escala e a sofisticação dos ataques”, afirmou.

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Entre os exemplos estão:

  • Phishing praticamente sem falhas, com gramática correta e mensagens personalizadas
  • Deepfakes convincentes, como o vídeo falso do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky durante a guerra
  • Golpes de vishing (fraudes por voz) cada vez mais realistas
  • Criação de código malicioso em minutos e uso da tecnologia para acelerar a engenharia social.

Como o Google usa IA na defesa

Se criminosos usam IA para atacar, o Google aposta na tecnologia para proteger. Segundo Sandra, modelos já permitem:

  • Reverter malware em minutos, quando antes levava horas
  • Detectar vulnerabilidades críticas antes de exploradas
  • Analisar contratos inteligentes e abusos em criptoativos
  • Produzir relatórios de inteligência mais completos e ágeis

“Nosso objetivo é estar sempre à frente, projetando segurança desde o design e não apenas reagindo a incidentes”, disse. Ela lembrou ainda da parceria com do DeepMind e com o Project Zero, equipe que atua para identificar falhas graves antes de criminosos.

Ransomware: o crime que virou negócio

Outro ponto citado foi o crescimento dos grupos de ransomware, que sequestram dados e pressionam vítimas por resgates.Sandra descreveu esse ecossistema como altamente organizado, com divisão de funções, taxas de comissão e até “atendimento ao cliente” para negociar.

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“É a sua empresa contra todo um ecossistema. É um espaço muito lucrativo”, afirmou.

Segundo ela, há casos em que, após fechar uma operação criminosa, o grupo se renomeia e volta a atuar, aumentando a resiliência do modelo.

Para Sandra, a disputa está apenas começando. “Essa corrida vai continuar. Criminosos estão usando IA para descobrir falhas mais rápido, e cabe aos defensores garantir que a tecnologia seja usada para nos manter seguros”, concluiu.

O futuro do trabalho em IA e segurança

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Apesar do cenário desafiador, Sandra vê a IA também como motor de oportunidades. Assim como a internet criou novas funções, a inteligência artificial deve transformar o mercado de trabalho em segurança digital.

“A inteligência artificial vai criar funções que ainda nem conhecemos. O mínimo que um profissional precisará saber é o básico de IA”, disse. Ela lembrou ainda que o Gemini, chatbot de IA do Google, já é o app mais baixado da Play Store, um sinal da velocidade de adoção.

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