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Google excluiu times de privacidade do projeto Dragonfly, afirma site

Por| 30 de Novembro de 2018 às 11h41

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O Projeto Dragonfly, nome dado ao mecanismo de busca que a Google vinha desenvolvendo em segredo para o governo chinês, supostamente traria recursos que levantavam novamente a discussão da privacidade do usuário versus o poder de um governo sobre os dados de um cidadão. Tais recursos foram objeto de reclamação das equipes de proteção de dados ligadas ao projeto, segundo o site Intercept, mas a Google prontamente excluiu tais times do seu desenvolvimento após suas preocupações serem relatadas.

Segundo informações publicadas pelo site, o Dragonfly era encabeçado por um engenheiro chamado Yonatan Zunger, que externou suas preocupações sobre violação de direitos humanos e privacidade de usuários no projeto. Scott Beaumont, chefe das operações da Google da China, ignorou as afirmações de Zunger e passou a excluir a sua equipe de reuniões essenciais do Dragonfly. “Ele [Beaumont] não achava que as equipes de segurança, privacidade e jurídica deveriam questionar suas decisões de produto, mantendo um relacionamento adversarial com eles — fugindo bastante à norma da Google”, Zunger falou ao Intercept.

Procurada para comentar o caso, a Google limitou-se a dizer por meio de porta-voz que “revisões de segurança e privacidade na Google não são negociáveis”.

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“Este é um projeto explanatório e nenhuma decisão foi tomada sobre podermos ou mesmo desejarmos lançá-lo. À medida que exploramos o projeto, diversos engenheiros de privacidade e segurança foram consultados, como sempre o fazemos. Para qualquer produto, o lançamento é condicionado a uma revisão de completa de privacidade, mas nunca chegamos a este ponto neste desenvolvimento".

Alguns membros da equipe de segurança da Google, porém, discordam das informações publicadas pelo Intercept: “Esse artigo não representa a minha experiência de trabalho na segurança e privacidade do Dragonfly. Eu não vi nenhuma divisão, de qualquer espécie”, disse, via Twitter, a diretora de segurança e privacidade da Google, Heather Adkins.

O Dragonfly vem causando polêmica na Google por tratar-se de um mecanismo de busca adaptado às diretrizes de monitoramento do governo chinês. O projeto teria, supostamente, a capacidade de censurar certos termos de busca que o governo julgasse desfavorável, além de atrelar buscas realizadas a números de telefone dos usuários, facilitando monitorar não apenas o que era buscado, mas por quem.

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O projeto não é bem quisto por alguns funcionários da Google: em carta aberta publicada na plataforma Medium, grupos de funcionários pedem que a empresa cancele o projeto em caráter permanente, citando justamente as violações de direitos humanos e privacidade de usuários.

Fonte: The Intercept; "We are Google employees. Google must drop Dragonfly"