Golpistas se passam por pesquisadores do Datafolha para sequestrar WhatsApp
Por Ramon de Souza | 04 de Agosto de 2020 às 20h00
A pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV2) virou um prato cheio para criminosos cibernéticos do mundo inteiro: vislumbramos o nascimento de centenas de golpes diferentes que utilizavam a COVID-19 como mote, incluindo páginas falsas comercializando álcool em gel e até mesmo supostos comunicados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Desta vez, porém, são os meliantes brasileiros que estão dando uma amostra de criatividade.
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Passou a circular recentemente, dentro do próprio WhatsApp, um áudio que denuncia um suposto golpe que está sendo aplicado contra pessoas aleatórias, no intuito de sequestrar perfis do mensageiro. Tudo começa quando a vítima recebe uma ligação telefônica do golpista, que se passa por um pesquisador do Datafolha e pergunta se você deseja participar de uma pesquisa a respeito da pandemia em questão.
Após realizar algumas perguntas aleatórias, o criminoso afirma que, para que o questionário seja registrado com sucesso no sistema, é necessário que a vítima informe um código enviado via SMS para o número usado na conversa. Acontece que tal código é, na verdade, o PIN de verificação do WhatsApp — caso o cidadão caia na ladainha e informe-o, o golpista imediatamente sequestrará seu perfil no aplicativo.
Embora a manobra seja criativa pelo fato de utilizar uma temática em alta no momento, ela não é muito diferente de vários outros scams já registrados no Brasil. O mesmo esquema foi empregado contra anunciantes da OLX e do Mercado Livre: os meliantes visitam anúncios aleatórios e entram em contato com o vendedor se passando pela equipe dessas plataformas, e então solicitam um suposto código para verificar a legitimidade da transação.
De acordo com dados do dfndr lab, golpes de clonagem de WhatsApp fizeram pelo menos 420 mil vítimas no Brasil no mês de junho (de acordo com a assessoria da companhia, as estatísticas de julho ainda estão sendo compiladas), o que simboliza um crescimento de 69% em comparação com o mesmo período de 2019. Isto posto, lembre-se: jamais informe códigos de mensagens SMS para desconhecidos.
Fonte: dfndr lab