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Golpes com criptomoedas triplicaram no primeiro semestre de 2022

Por| Editado por Claudio Yuge | 16 de Setembro de 2022 às 14h20

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Tezos/Unsplash
Tezos/Unsplash

Os golpes com criptomoedas mais do que triplicaram durante o primeiro semestre de 2022, com mais de 2 mil domínios fraudulentos registrados entre janeiro e junho deste ano. O aumento de 335% concentra a maioria das fraudes contra usuários falantes de inglês ou espanhol, com o uso de imagens de celebridades e grandes investidores desse segmento sendo comum.

A ideia é trazer mais credibilidade para um golpe simples e conhecido, mas que segue ganhando popularidade enquanto arrebanha mais vítimas. A promessa, sempre, é de altos retornos de acordo com montantes enviados pelos usuários; quanto maior o valor enviado, melhor o recebido. Ao final, claro, se trata de uma artimanha para roubar fundos, que caem direto nas carteiras dos criminosos e são pulverizados, sem chance de recuperação.

De acordo com um relatório sobre os golpes, publicado pela empresa de segurança Group-IB, nomes como Elon Musk, além de suas empresas Tesla e SpaceX, Brad Garlinghouse (CEO do Ripple Labs), Michael J. Saylor (criador da empresa de inteligência de negócios MicroStrategy) e Cathie Wood, diretora da investidora Ark, são os mais usados nos golpes. As fraudes também usam a Ethereum como moeda preferencial, com Shiba e Ripple (XRP) na sequência.

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Os golpes têm como principal acessório os vídeos no YouTube, que simulam a aparência de transmissões ao vivo e prometem as grandes entregas de criptomoedas em nome das celebridades. Segundo o levantamento, a média de espectadores nestas lives é de 10 mil a 20 mil pessoas, todas suscetíveis a caírem no golpe, aplicado a partir de canais fraudados na plataforma.

Trata-se, também, de uma onda lucrativa, com os responsáveis pelas intrusões aos espaços recebendo de 10% a 50% dos ganhos. Os canais também podem ser “alugados”, servindo a diferentes golpes pelo tempo em que permanecerem no ar; além de empresas de tecnologia, a Fórmula 1 também já foi usada como isca, com a promessa de imagens de acidentes com pilotos consagrados, assim como figuras políticas como o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, ou o jogador de futebol Cristiano Ronaldo.

O Group-IB também cita este como um golpe fácil de ser aplicado, com direito ao comércio de ferramentas completas de ataque que podem ser usados até mesmo por quem não tem conhecimento técnico. Em troca de valores de assinaturas ou parte dos ganhos, criminosos oferecem soluções completas de registro de sites, vídeos para serem transmitidos e sistemas de inflação de visualizações, enquanto artimanhas mais sofisticadas também envolvem ferramentas para criação de deep fakes ou hospedagens dedicadas.

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Os valores também são baixos. Apenas um vídeo falsificado com a imagem de uma celebridade, por exemplo, sai por US$ 30, cerca de R$ 160, enquanto golpes completos podem variar de US$ 200 (aproximadamente R$ 1.050) até US$ 600, mais ou menos R$ 3.165. Já o uso de ferramentas de criação de ataques varia de US$ 500 (equivalente a R$ 2.640) até US$ 1.500, ou aproximadamente R$ 7.920 ao mês, de acordo com a complexidade desejada pelo usuário.3

De maneira geral, o relatório do Group-IB aponta um aumento crescente na oferta de vetores de ataque e um incremento considerável na sofisticação deles, ainda que a tática básica seja conhecida. Os ganhos, claro, também acompanham o crescimento no volume de detecções, com os usuários jamais devendo acreditar em ofertas desse tipo nem entregar dados ou valores em plataformas desconhecidas.

Fonte: Group-IB