Golpe do Pix agendado: aprenda a identificar e se proteger
Por Felipe Demartini • Editado por Claudio Yuge |
A facilidade de transferir dinheiro e realizar pagamentos por meio do Pix transformou o sistema bancário brasileiro, mas também abriu as portas para diferentes vias de golpes e fraudes. Em uma modalidade de crime mais focado em comerciantes e lojistas, bandidos estão usando o sistema de agendamento da plataforma para gerar comprovantes, apostando na falta de atenção para obter produtos e serviços de graça.
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É um golpe relativamente simples: ao realizar o agendamento do Pix, o golpista tem acesso a uma confirmação de que a transferência será feita na data e horário pedido. O comprovante, então, é enviado por WhatsApp e outros meios eletrônicos de forma a omitir essa informação, seja por um corte na imagem, enviada parcialmente, ou por edições simples usando aplicativos de imagem. Ao garantir o envio do produto, o criminoso cancela o envio do dinheiro.
A fraude vem sendo aplicada desde os primórdios do lançamento do Pix e, em alguns casos, não envolvem nem mesmo edições elaboradas nos comprovantes. A ideia, assim como em golpes que tentam burlar sistemas de pagamento de e-commerce, é se aproveitar da agilidade do recurso, com o golpista apostando que o comerciante não vai checar a conta bancária antes de realizar o envio ou entrega de um produto.
O alerta já foi feito por diferentes instituições financeiras do Brasil, diante da popularidade do Pix. Um informe publicado pelo Banco Pan, por exemplo, cita o caso em que uma mulher da cidade de Nerópolis (GO) aplicou o golpe do Pix Agendado mais de 40 vezes contra um vendedor de pamonhas, que acionou a polícia diante de um prejuízo de mais de R$ 1.500. Ela foi presa durante uma das entregas fraudulentas, que seguiam o esquema usual: a transferência era programada e cancelada depois do recebimento do produto.
Em alguns casos, os golpistas podem tentar induzir o comerciante a realizar a entrega, alegando lentidão no sistema como motivo para a demora do depósito e indicando o comprovante como certificado de que o pagamento foi realizado. Diante da pressão e da possibilidade de perder a venda, principalmente no caso de grandes valores, a atenção pode acabar ficando de lado, resultando em um golpe bem-sucedido.
Outra categoria de golpe citando Pix agendado não envolve compras ou pagamento, mas sim mensagens de phishing. O usuário recebe, por WhatsApp ou SMS, um aviso de que uma transferência de alto valor foi programada para sua conta, devendo clicar em um link caso a operação seja indevida. Do outro lado, estão sites fraudulentos que pedem dados pessoais e financeiros, sob uma suposta comprovação do engano, ou possíveis tentativas de instalação de malwares.
Como evitar o golpe do Pix agendado?
Prestar atenção aos comprovantes é o primeiro passo, checar a conta bancária é o segundo. Ao receber uma imagem do tipo, confira se a data e horário da transferência estão corretos e aparecem no arquivo compartilhado; da mesma forma, acesse o aplicativo de seu banco ou instituição financeira usada para recebimento de Pix para se certificar de que o valor efetivamente caiu na conta.
Não acredite em alegações de erro no sistema e não aceite pagamentos futuros — como dito, o Pix pode ser cancelado a qualquer momento, antes da transferência, sem que o destinatário possa fazer algo a respeito. Em caso de dúvidas, entre em contato com o banco ou instituição financeira para confirmar a informação de problemas antes de entregar um produto.
Outras dicas comuns de segurança digital também valem aqui, como prestar atenção em links que cheguem aleatoriamente por mensagem ou e-mail, bem como pedidos de cadastros e entrega de informações pessoais e financeiras. Tais registros também podem ser usados em fraudes envolvendo comprovantes falsos e roubo de identidade, principalmente em vendas realizadas por sistemas de comércio eletrônico.
Os bancos não informam aos destinatários de Pix agendados sobre esse tipo de programação, também não sendo possível encontrar nenhuma informação sobre a transferência futura em contas bancárias ou aplicativos, como acontecia no passado com cheques, por exemplo. Por isso, ignore mensagens que alertem sobre operações desse tipo, principalmente se envolverem chamados para indicar erros ou demais tipos de cadastros.
Na dúvida, o ideal é não preencher nada nem enviar produtos antes de buscar auxílio da instituição usada. Da mesma forma, caso caia em um golpe, as autoridades policiais devem ser procuradas para registro de um boletim de ocorrência, enquanto o banco do golpista também deve ser informado sobre o fato de um de seus clientes estar utilizando o sistema para a realização de fraudes.
Fonte: Banco Pan