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Golpe do consignado: vítimas são duplamente atingidas em novo formato de fraude

Por| Editado por Claudio Yuge | 05 de Outubro de 2022 às 15h20

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Pexels/Daniel Dan
Pexels/Daniel Dan

O Procon de Goiás emitiu um novo alerta sobre o golpe do consignado, uma fraude que vem atingindo aposentados e pensionistas de todo o país. De acordo com o órgão, são registrados dezenas de reclamações diárias no órgão, principalmente contra instituições como o Banco Pan e C6 Bank, cujos representantes são citados diretamente como agentes da fraude que gera prejuízos e reduz a renda das vítimas.

O alerta do Procon também traz um novo método, em que os cidadãos são atingidos duas vezes. De acordo com o órgão, o primeiro contato acontece pelo telefone com a oferta de valores para receber, que seriam de direito ou relacionados a benefícios do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social). Ao aceitarem os termos e até enviarem fotos e documentos, são surpreendidos com valores relacionados a um novo empréstimo consignado em suas contas.

Os montantes variam de R$ 10 mil a R$ 40 mil e, claro, acompanham o desconto mensal de parcelas para pagamento do crédito. Ao entrarem em contato com a instituição alegando o engano, vem a segunda parte do golpe, no qual a indicação é de estornar o valor para uma conta indicada pelos representantes como forma de desfazer o negócio. Assim, as vítimas perdem o dinheiro que receberam e ainda ficam com a dívida mensal.

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De acordo com o Procon, entre janeiro e o final de setembro deste ano, o número de reclamações relacionadas ao golpe do consignado cresceu 62%; foram 235 denúncias contra o C6 Bank e 444 contra o Banco Pan. Ao realizarem as solicitações, os cidadãos também são orientados a registrar o caso na Delegacia do Consumidor (Decon) e também ingressar com ação judicial para reaver os valores e receber compensações por danos morais e materiais.

Enquanto isso, nesta quarta (05), a Polícia Civil anunciou a prisão de 14 pessoas em São Gonçalo (RJ) sob acusação de praticarem golpes envolvendo empréstimos consignados, se passando por atendentes de instituições financeiras e órgãos de controle do governo para contatar aposentados, pensionistas e militares. O esquema funcionava em uma sala, no interior de um shopping popular, de onde era operado um falso call center.

A promessa era parecida, com os bandidos usando uma falsa confirmação de empréstimo para induzir as vítimas a enviarem documentos e assinar um link digital; elas acreditavam estarem cancelando o benefício, quando na realidade, estavam entregando seus dados ao golpistas e permitindo que eles tirassem empréstimos em nome delas. Estornos também eram solicitados caso valores caíssem em suas contas, enquanto as pessoas atingidas só percebiam a fraude quando já era tarde demais e a primeira cobrança chegava.

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Golpe do consignado gera empréstimo e prejuízo “em dobro”

Casos individuais também começam a se acumular na imprensa local. Em um caso registrado em Campo Grande (MS), uma aposentada de 59 anos afirma ter sido vítima da fraude ao ser contatada pelo WhatsApp por uma empresa financeira, que prometeu redução na taxa de juros de um empréstimo consignado que ela já possuía com o Banco Itaú.

A suposta consultoria, que estaria sediada no Rio de Janeiro (RJ), se identificou como representante do Banco Pan, chegou a restituir um valor de R$ 188,79 reais à aposentada. Depois, porém, começaram os descontos das parcelas de um novo empréstimo, que não estava relacionado a eventuais descontos no crédito anterior. O caso tramita na justiça, com a vítima pedindo o encerramento do contrato e a interrupção dos pagamentos.

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Em outro caso, publicado na imprensa carioca, a promessa era de redução de R$ 25 mil na dívida consignada em troca da portabilidade do empréstimo já realizado de um banco para outro. As instituições não são citadas, mas o modo de operação foi parecido: em vez do abatimento, foi realizada uma nova tomada de crédito no valor citado pelos golpistas, além do pedido para que o montante fosse transferido a terceiros. Uma aposentada caiu no golpe e acabou sem o abatimento e com um novo credor, com o caso, também, tramitando na justiça.

A Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ), por meio de seu Núcleo Especial de Atendimento à Pessoa Idosa (NEAPI) também aponta aumento significativo nos casos registrados. A orientação é de calma e atenção aos abordados por ligações e mensagens desse tipo, com a leitura atenta de contratos e a recusa em concordar com termos pelo telefone ou enviar fotos e documentos que também sirvam como anuência ao procedimento.

O ideal, aponta a autoridade, é buscar uma pessoa de confiança, advogado ou até mesmo a própria Defensoria Pública em busca de esclarecimentos. Procurar atendimentos oficiais de bancos, tanto daqueles em que o empréstimo consignado inicial foi feito quanto da instituição que oferece os supostos benefícios, também ajuda a evitar golpes desse tipo.

Bancos reforçam pedido de atenção para evitar golpes

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Em contato com o Canaltech, o C6 Bank disse não permitir contratações de empréstimos consignado pelo telefone e que adota medidas de segurança, como biometria facial, prova de vida e registro de geolocalização. A empresa também se colocou à disposição dos órgãos de defesa do consumidor e também dos cidadãos fraudados, para que trabalhem em busca de soluções:

"O C6 Consig não permite contratações de empréstimo consignado por meio de ligação telefônica. Para isso, adota captura da biometria facial do consumidor e prova de vida, além de registro da geolocalização no momento da contratação. O C6 Consig está comprometido com a solução de todos os casos em que há reclamações e permanece à disposição para colaborar com os órgãos de defesa do consumidor."

Já o Banco Pan afirmou que adota medidas para melhorar suas operações e as experiências dos clientes, não compactuando com desvios ou fraudes na contratação de seus serviços. A instituição também repetiu as dicas de proteção, indicando que clientes usem apenas canais oficiais para contato e que não informem dados a terceiros por telefone ou e-mail.

"O Banco PAN não compactua com quaisquer desvios ou fraudes na venda ou contratação de serviços prestados pela instituição. Constantemente o banco adota medidas concretas para melhoria das operações e experiência de seus clientes, exemplo disso é o pioneirismo na digitalização de serviços que têm sido importantes no combate a fraudes. Para proteção dos dados, a orientação é que somente sejam respondidos contatos feitos via canais oficiais do PAN, que possuem selo de verificação, e que não sejam atendidas quaisquer solicitações de perfis que não tenham esse certificado. O Banco recomenda, ainda, que não sejam informados quaisquer dados pessoais e bancários, como número completo do seu cartão de crédito, data de validade e código de segurança, seja por telefone ou e-mail. Em caso de suspeita de fraude, é recomendado que entrem imediatamente em contato com a Central de Atendimento oficial do Banco PAN. O PAN reforça que tem como prioridade a segurança das informações dos clientes."
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Fonte: Governo de Goiás, Campo Grande News, Grande Tijuca, UOL Economia