EUA tentam frear ransomware com sanções ao pagamento de resgate com criptomoedas
Por Roseli Andrion • Editado por Claudio Yuge |
O governo estadunidense vai criar sanções para diminuir o pagamento de resgates de sequestros digitais (ransomware) com o uso de criptomoedas. Entre as razões para isso está a dificuldade em rastrear as movimentações, o que incentiva os atacantes a ampliar a superfície de atuação a alvos que podem comprometer serviços essenciais para a população caso tenham suas operações interrompidas — a exemplo de redes de abastecimento de eletricidade ou combustível. Para isso, o Departamento do Tesouro dos EUA quer impor sanções já a partir da próxima semana.
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Além disso, o órgão vai emitir diretrizes sobre os riscos associados à facilitação desses pagamentos. A ideia é paralisar o acesso dos cibercriminosos a uma forma de pagamento que apoia a indústria criminosa que representa ameaça à segurança nacional, pois pode atingir infraestrutura crítica, como empresas de eletricidade, hospitais e bancos.
A entidade vai publicar orientações sobre os riscos associados à facilitação de pagamentos de ransomware, como multas e outras penalidades. Até o fim do ano, novas regras contra lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo devem limitar o uso de criptomoedas como pagamentos desses ataques e outras atividades ilícitas.
As ações são a tentativa mais expressiva da administração de Joe Biden de interceptar o ecossistema de finanças digitais dos criminosos. Segundo especialistas em cibersegurança, ele é dos elementos que fizeram os ataques de ransomware prosperarem nos últimos anos.
O Departamento do Tesouro não comenta as novas normas e envolvidos com o assunto não especificam os alvos das sanções. Para uma ação efetiva, entretanto, o órgão precisa atingir as carteiras digitais que recebem as transações, as plataformas que convertem as moedas e os indivíduos que fazem as transações. A promessa é de que isso não vá afetar todo o segmento de criptoativos, e encontrar uma forma de não prejudicar os negócios legais é o maior desafio dessa iniciativa.
Fonte: The Wall Street Journal