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Descarte incorreto de etiquetas de encomendas é porta de entrada para golpes

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Kindel Media/Pexels
Kindel Media/Pexels

Quando falamos de cibersegurança, é natural que a nossa mente automaticamente pense em servidores, códigos, hackers trabalhando diretamente no teclado para invadir ambientes virtuais. O mundo físico, no entanto, também está cheio de perigos e pode comprometer a sua segurança no mundo digital: uma dessas brechas é o descarte incorreto de etiquetas de encomendas.

O Canaltech conversou com Daniel Barbosa, pesquisador de segurança da ESET, sobre essa vulnerabilidade em particular. Segundo o especialista, as mídias físicas são muito significativas quando se trata de ciberataques, mas acabam sendo ignoradas em muitos alertas.

Nesta matéria, vamos cobrir um pouco desse problema e dar dicas de descarte adequado de encomendas.

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Quais são os perigos do descarte inadequado?

Barbosa lembra que inúmeras informações sensíveis podem estar nos pacotes de encomenda recebidos em casa, como por exemplo:

  • Nome completo;
  • Endereço completo;
  • Nome da loja que vendeu o produto;
  • Nome da empresa responsável pelo transporte;
  • Em alguns casos, descrição completa das compras e suas quantidades.

Normalizamos tanto a presença desses dados que parece besteira falar sobre eles, mas eles são muito pessoais e, dependendo do caso, podem ser considerados sensíveis. De acordo com o especialista da ESET, criminosos podem fazer vários tipos de ataque em posse dessas informações, a começar pela engenharia social.

Um método, por exemplo, é fingir ser da empresa que fez a venda do objeto e solicitar à vítima que acesse um site para atualizar um suposto cadastro, entregando mais informações sensíveis ao golpista. Também é possível que os cibercriminosos enviem arquivos maliciosos disfarçados de nota fiscal ou boleto que, ao serem baixados, infectam o dispositivo do usuário.

Em alguns casos, a nota fiscal da compra vem junto da embalagem e, em um descarte inadequado, gera problemas ainda maiores: em posse da nota, os criminosos passam a saber o seu CPF e outros dados mais sensíveis, o que permite criar contas bancárias fraudulentas ou até mesmo contratar empréstimos em nome da vítima.

Como descartar encomendas?

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Para o descarte adequado de encomendas, o que envolve inutilizar impressões ou escritas contidas em itens físicos como etiquetas de remessa, malas diretas, notas fiscais, exames hospitalares ou qualquer outro meio que traga informações sigilosas, é preciso se atentar ao tipo de material que traz os dados, segundo Barbosa.

No caso de papel comum, canetas e carimbos já conseguem borrar a informação com eficiência, deixando tudo ilegível aos golpistas. No caso de papel térmico, aproximar de uma fonte de calor, como chama de vela, secador ou prancha de cabelo pode ser a solução: isso deixará uma mancha escura no material, cobrindo os dados que você quer esconder.

Se a superfície tiver informações preenchidas à caneta, convém rasurá-la com riscos aleatórios, preferencialmente com uma caneta similar. Canetas deixam marcas em relevo na superfície, o que torna as informações passíveis de identificação caso apenas sejam cobertas com tinta: marcar com o mesmo tipo de relevo é necessário, nesse caso, para impedir a ação dos criminosos.

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As mídias físicas, segundo Barbosa, não podem ser desconsideradas na hora de se proteger de ciberataques: elas facilitam, e muito, o acesso de golpistas a informações que, na internet, seriam consideradas críticas. Convém pensar à frente e se proteger por todas as frentes.

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