Ciberataque na Jaguar Land Rover causou prejuízo de R$ 1,3 bilhão
Por Lillian Sibila Dala Costa • Editado por Jones Oliveira |

A Tata Motors, companhia indiana detentora da maior fabricante de carros do Reino Unido, Jaguar Land Rover, publicou dados sobre o segundo semestre deste ano. No documento, é dito que o ataque de ransomware de setembro, que interrompeu a produção de fábricas por quase um mês, causou um prejuízo de £ 196 milhões (R$ 1,3 bilhão, na cotação atual).
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Publicado na última sexta-feira (14), o relatório mostra que o retorno financeiro trimestral a contar do último dia 30 de setembro foi de £ 4,9 bi (R$ 34 bi), 24% a menos no âmbito ano-a-ano.
O prejuízo total do período foi de £ 485 mi (R$ 3,3 bi), sendo que, no ano passado, o número trazia um lucro de £ 398 mi (£ 2,7 bi). Há, no entanto, o impacto das tarifas estadunidenses e uma redução na produção de modelos legado do Jaguar, em preparação para um novo veículo.
O impacto do ransomware na JLR
Segundo informações da Tata Motors, o ataque de ransomware, por si só, causou o prejuízo de £ 196 milhões (R$ 1,3 bi) em “custos relacionados à cibersegurança”.
Embora não tenham sido divulgados detalhes, tais gastos costumam ir para o pagamento de empresas terceirizadas responsáveis por resolver o incidente e fazer análises forenses, pagar a hora extra da TI, notificar as brechas, custos legais, comunicação de crise e questões regulatórias.
O grupo hacker Scattered Lapsus$ Hunters assumiu a responsabilidade pelo ataque: eles também foram responsáveis por ransomware nas empresas M&S e Grupo Co-op, por exemplo. O Centro de Monitoramento Ciber (CMC), uma organização sem fins lucrativos, estimou que o incidente tenha sido o ciberataque mais danoso do Reino Unido, com impacto financeiro de £ 1,9 bi (R$ 13,2 bi) e mais de 5.000 organizações britânicas afetadas.
A maior parte do impacto, segundo a organização, ficaria na perda de bens produzidos pela empresa nas semanas de paralização. A JLR teve de fazer um financiamento apoiado por empréstimo para garantir o fluxo de caixa para pagamento de fornecedores. O governo britânico também garantiu empréstimo de até £ 1,5 bi (R$ 10,4 bi).
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Fonte: Tata Motors, Bank of England