Casos de estelionato virtual crescem mais de 10% no Brasil
Por Bruno De Blasi | •
O registro de casos de estelionatos virtuais no Brasil teve um crescimento de 13,6% na virada de 2022 para 2023, mostra a nova edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública publicada nesta quinta-feira (18) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Os resultados foram compilados em um relatório a partir de informações de autoridades de Segurança Pública, como secretarias estaduais e polícias civis, militares e federal, de todas as unidades federativas do Brasil, incluindo o Distrito Federal.
“Entre 2022 e 2023, os estelionatos por meio virtual subiram 13,6%; o total de estelionatos cresceu 8,2%; e, ainda, os furtos de celulares oscilou 0,7% para cima”, diz o relatório.
Diante do aumento dos casos de golpes por meios eletrônicos, os autores chamam a atenção para a alteração do Código Penal Brasileiro em 2021, que agora tipifica casos cometidos a partir de dados fornecidos pela vítima ou terceiros induzido a erro por redes sociais, e-mails fraudulentos e mais.
Mesmo assim, outros fatores precisam ser levados em consideração, como a expansão do uso de celulares e demais dispositivos no dia a dia associada ao baixo investimento em segurança digital. Além disso, com as fraudes digitais, os criminosos estão menos expostos a riscos físicos e têm a capacidade de aplicar golpes em um volume maior.
Um golpe a cada 16 segundos
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública também mostra que a incidência de estelionato em geral, sem se limitar aos golpes virtuais, teve um aumento de 8,2%. Ao todo, foram registrados 1,9 milhões de casos, o equivalente a um golpe a cada 16 segundos.
O crescimento dá sequência a um avanço histórico desse tipo de crime, que já acumula uma alta de 360% desde 2018. O indicador também superou os registros de roubo em geral, que declinaram entre 2022 e 2023.
De acordo com o anuário, os registros de roubo de celulares tiveram uma queda de 10,1% no ano passado. Em oposição, o furto de telefones móveis apresentou um aumento tímido de 0,7%.
As incidências de roubos a bancos e demais instituições financeiras e estabelecimentos comerciais também caíram em 2023.