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Brasil figura entre países mais atingidos por fraudes de identidade no mundo

Por  • Editado por Claudio Yuge |  • 

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Reprodução/Sumsub
Reprodução/Sumsub

O Brasil aparece como o 10º país mais atingido por casos de fraude de identidade, com 0,4% de todos os casos de crimes desse tipo detectados em todo o mundo. No globo, as detecções desse tipo tiveram um aumento de mais de 54% na comparação com 2021, enquanto alguns segmentos como esports, criptomoedas, comércio eletrônico e serviços financeiros viram os números crescerem de forma estratosférica.

O setor de jogos eletrônicos competitivos, aliás, aparece pela primeira vez na liderança no índice global de fraudes apresentado pela Sumsub. De acordo com a empresa, que fornece serviços de verificação e validação de identidade, o crescimento do cenário levou a uma concentração de 2,9% de todos os casos de fraude registrados no mundo, enquanto os meios de pagamentos, tradicionais líderes desse ranking negativo, aparecem na segunda colocação, com 1,5% e crescimento de 0,2% na comparação com o ano passado.

Crescimento absurdo também foi registrado no setor de comércio eletrônico, que viu seu total de fraudes crescer mais de 13 vezes no intervalo de um ano. Em 2021, as vendas online eram, surpreendentemente, representantes de 0,1% dos casos, enquanto em 2022 esse total saltou para 1,3%. Redes sociais, criptomoedas, publicidade e bancos também viram seus totais dobrarem, enquanto o setor de consultoria, antigo líder global, caiu para a última colocação entre os 10 negócios mais atingidos, com 0,9%.

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Mudanças, também, na lista de países que mais sofrem com crimes desse tipo. O Brasil, por exemplo, faz sua estreia na 10ª colocação, enquanto o Vietnã dispara na liderança com 9,4% dos incidentes registrados em 2022. Bangladesh está em segundo, com 7,7%, seguido do Paquistão (5,8%), Estados Unidos (2,5%) e Nigéria (2,4%), que já apareciam no levantamento do ano passado. Todos, aliás, tiveram aumento, com mais de 55% de todas as fraudes de identidade registradas no mundo acontecendo apenas nestes cinco territórios.

De cada 10 documentos fraudados em todo o mundo, oito são de identidade, com as carteiras de identidade brasileiras também estando na última colocação entre as 10 mais forjadas do mundo. Com 0,5% dos casos, entretanto, o nosso país passa longe de ter índice equivalente ao do Vietnã, onde um em cada 10 identificações são fraudulentas; o país, junto com Bangladesh e Paquistão, concentra quase um quarto de todos os documentos falsos que circulam pelo globo.

Enquanto isso, no setor financeiro, os cartões de créditos roubados continuam reinando, com 3,6% de toda a receita de comércio eletrônico global sendo oriunda de pagamentos irregulares. Houve crescimento de 40% nas tentativas de fraude em 2022, o que também gerou um movimento de 46% na adoção, por lojistas, de meios de verificação para garantir que estornos ilegais sejam realizados pelos clientes criminosos.

Nesse segmento, o estudo da Sumsub aponta que os roubos de contas lideram a lista de golpes mais aplicados contra lojistas, assim como o registro de contas falsas e as tentativas de fraude na devolução de produtos, incluindo contatos com o banco para cancelamento de compras teoricamente legítimas. Sites de varejo continuam sendo mais atingidos do que aplicativos das lojas, devido ao movimento dos próprios usuários, que preferem realizar suas compras pelas páginas em vez de baixarem soluções para o celular apenas para isso.

Deep fake ganha espaço no cibercrime

Ainda falando sobre as falsificações, o estudo dos especialistas em verificação aponta para um crescimento importante dos casos em que os deep fakes foram usados para burlar confirmações biométricas. O uso de tecnologias de inteligência artificial para simular o rosto dos consumidores vai de encontro aos sistemas usados por lojistas e sistemas financeiros que, muitas vezes, não estão preparados para lidar com isso.

Para os pesquisadores, se trata de uma evolução dos cibercriminosos, principalmente em países emergentes onde os sistemas de segurança documental são mais frágeis e os usuários menos inseridos digitalmente. Essa combinação, unida a um aumento na complexidade das fraudes realizadas pelos bandidos, se pinta um cenário em que o roubo de identidade deve seguir como uma via cibercriminosa das mais lucrativas.

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O estudo da Sumsub prevê um futuro próximo em que nem mesmo será necessário forjar documentos ou inserir telas falsas para roubar os dados dos usuários. Em vez disso, sistemas de verificação de identidade serão burlados com o uso de deep fakes e cédulas digitais de identificação que constituirão um desafio cada vez mais para todos os setores da economia global.