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Apps espiões são cada vez mais comuns em celulares infantis; veja como descobrir

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Reprodução/Wired
Reprodução/Wired

O aumento da presença de softwares maliciosos em celulares usados por crianças e adolescentes acendeu um sinal de alerta sobre segurança infantojuvenil no meio digital.

Um levantamento da ESET, realizado pela iniciativa educativa Digipais, apontou que houve um crescimento significativo de aplicativos corrompidos que usam spywares e stalkerwares para espionar os pequenos, comprometendo a integridade e a privacidade de menores de idade.

A empresa alerta ainda para a maneira silenciosa como esses programas maliciosos chegam aos aparelhos. Muitas vezes, os softwares são instalados sem que o usuário perceba, o que abre espaço para que cibercriminosos tenham acesso às câmeras, microfones e toda a atividade realizada no dispositivo sem deixar rastros.

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Como spywares e stalkerwares chegam até o celular da criança

Embora pareçam farinha do mesmo saco, spywares e stalkerwares agem de maneiras distintas. Começando pelo primeiro, o spyware tem como principal objetivo o roubo de informações sensíveis, como os dados bancários e o histórico de navegação.

Um exemplo desse software malicioso na prática ocorreu em 2024, quando a ESET encontrou um canal do Telegram onde criminosos disseminavam um spyware chamado Ratel usando o jogo Hamster Kombat. Uma vez dentro do sistema, o vírus roubava mensagens de SMS do aparelho para transferências fraudulentas.

Já o stalkerware, comumente usado para vigiar pessoas, pode ser mais difícil de ser encontrado no dispositivo, já que, além de ser instalado manualmente por alguém que tem acesso ao aparelho, promove uma execução em segundo plano fingindo ser um aplicativo legítimo. É dessa maneira que o malware consegue registrar a localização e o comportamento do usuário sem que ele saiba que está sendo vigiado.

Em 2021, por exemplo, a ESET fez uma varredura em mais de 80 aplicativos de vigilância disponíveis para o sistema Android, encontrando falhas graves de segurança em quase 60 deles.

Camilo Gutierrez Amaya, chefe do Laboratório de Pesquisa da ESET na América Latina, explica que a diferença entre um stalkerware e aplicativos legítimos de controle parental, bastante usado por pais para garantir a segurança dos filhos na era digital, está justamente na transparência.

“Enquanto as ferramentas para pais são criadas para proteger e acompanhar as crianças de forma ética, o stalkerware atua em segredo. Por isso, é essencial que o monitoramento digital seja feito com diálogo e consentimento, explicando às crianças o propósito e o alcance dessas ferramentas”, diz Gutierrez.
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Sinal de alerta para os pais

Apesar do cenário preocupante envolvendo a exposição silenciosa de crianças e adolescentes a softwares maliciosos, existem alguns sinais de alerta que podem ser usados pelos pais para identificar uma possível presença de spyware ou stalkerware no dispositivo dos filhos.

Alguns dos mais conhecidos e frequentes são superaquecimento do celular ou tablet, consumo excessivo de bateria, travamentos constantes e aplicativos de nomes genéricos ou desconhecidos. Também existe a possibilidade de que o GPS ou a luz da câmera do aparelho sejam ativados repentinamente sem que os recursos estejam em uso.

Nesses casos, os especialistas recomendam a inclusão de ferramentas de segurança que eliminem essas ameaças antes que o pior aconteça, já que os softwares corrompidos podem registrar toda a atividade do celular em tempo real, gravando conversas e armazenando informações que vão parar diretamente nas mãos de cibercriminosos.

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Logo, ter acesso a um antivírus confiável é o primeiro passo para aumentar a segurança infantojuvenil no ambiente digital. Fazer uma varredura completa do sistema, em caso de suspeita, também é outra prática recomendada por especialistas, pois será possível identificar e analisar todos os aplicativos que foram baixados no sistema.

Vale mencionar ainda que, para além de recursos práticos, os pais precisam conversar com os filhos sobre segurança digital desde cedo, tendo em vista que o uso de celulares por crianças tem começado de maneira cada vez mais precoce.

Luis Lubeck, mentor educativo e membro da diretoria da ONG Argentina Cibersegura, recomenda que os adultos adotem medidas como autenticação multifator e senhas fortes, por exemplo, colaborando para uma maior segurança. Contudo, ele reforça que o “essencial é promover confiança e diálogo constante entre pais e filhos”.

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