Ameaças contra Android seguem em alta, mas iOS sofre mais do que nunca
Por Felipe Demartini • Editado por Claudio Yuge |

Um balanço do ano de 2021 liberado pela empresa de cibersegurança Zimperium mostra que o sistema operacional Android segue como o mais visado pelos criminosos. Entretanto, houve redução significativa no número de falhas localizadas nessa plataforma, enquanto o iOS despontou como um novo celeiro interessante para bandidos; a ideia dos especialistas é que, enquanto o produto da Apple é mais difícil de ser explorado, os lucros são maiores quando os ataques são bem-sucedidos.
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Os números gerais de vulnerabilidades descobertas em 2021 contam parte da história, mas também são um bom começo. No ano passado, foram 574 brechas localizadas no Android, com 79% delas sendo considerada de baixa complexidade e exploração pelos criminosos. Enquanto no iOS esse total é de 24%, aumentou o número de vulnerabilidades críticas, com 45 das 357 encontradas no período permitindo comprometimento dos dispositivos.
Além disso, 64% de todas as aberturas zero-day encontradas 2021 — aquelas desconhecidas até mesmo pelos desenvolvedores quando começam a ser exploradas pelos criminosos — foram localizadas no iOS. Isso, aponta a Zimperium, mostra um interesse maior na plataforma pelos criminosos, de forma a compensar a base instalada menor com maior volume de dados obtidos e lucratividade no comprometimento de apps financeiros ou de saúde.
São estes, aliás, os dois tipos de aplicações preferidas dos bandidos, com comércio eletrônico e estilo de vida completando o ranking. Entre os problemas mais comumente encontrados em tais softwares está o uso de criptografia vulnerável, aparecendo em uma média de 77% dos apps para Android, e a falta de proteção no código. O problema é mais comum no iOS e aparece em 74% dos casos, na média.
O cenário de ameaças no Android e iOS para 2022
A expectativa dos especialistas é que o cenário se mantenha no ano corrente, ainda que medidas de segurança adicionais estejam sendo tomadas, principalmente, no mercado corporativo. O relatório da Zimperium ainda cita a transição para o home office como um fator de aumento no índice de ameaças, mas aponta que o movimento de abrir mão da proteção em prol da continuidade dos negócios pode arrefecer, na medida em que as corporações passam a lidar melhor com a nova realidade.
Ainda assim, malware, phishing e golpes man-in-the-middle, com dados sendo interceptados dos dispositivos a partir de redes domésticas ou públicas inseguras, devem seguir como os principais vetores. A busca por brechas zero-day também deve continuar, da parte dos golpistas, iniciando uma corrida com os desenvolvedores de sistemas operacionais para a liberação veloz de atualizações de segurança e mitigações.
Além desta, a recomendação é que os usuários mantenham apenas os apps essenciais instalados nos aparelhos, de forma a reduzir a superfície de ataque, e sempre tenham ferramentas de segurança ativas caso estejam no Android. No iOS, a dica é instalar updates para softwares e o próprio sistema operacional assim que estiverem disponíveis.
Fonte: Zimperium