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Amazon, Microsoft e IBM também reúnem dados de pacientes nos EUA

Por| 22 de Janeiro de 2020 às 08h00

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ra2studio/Depositphotos
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Tudo sobre Amazon

Google não está sozinho no mundo das empresas de tecnologia que possuem acesso e armazenam dados de pacientes dos hospitais americanos. Uma nova reportagem do Wall Street Journal, que revelou em novembro passado a parceria entre a gigante das buscas e a rede Ascension, revela que Microsoft, Amazon e IBM possuem acordos parecidos com outros hospitais.

O acesso aos dados é semelhante e inclui não apenas o prontuário com informações sobre razões do atendimento e estado de saúde do paciente, mas também o nome e data de nascimento. De novo, é citada a Lei de Portabilidade e Responsabilidade de Seguros de Saúde (HIPAA), que permite que hospitais compartilhem seus dados com parceiros de negócios, sem avisar os pacientes, desde que as informações sejam usadas "apenas para ajudar a entidade coberta a desempenhar suas funções de assistência médica".

A intenção por trás de todas essas parcerias com hospitais pode estar ligada ao desejo dessas empresas de tecnologia em produzir acessórios e produtos em geral que ajudem o consumidor a detectar, prever ou prevenir doenças e problemas de saúde com maior eficiência. Para isso, é preciso acumular dados para treinar algoritmos, como aponta o Mashable, que ainda cita a compra da Fitbit pelo Google como um exemplo dessa busca de startups e gigantes da tecnologia por dados de saúde.

No sentido estritamente legal, não há nenhum problema, portanto, com essa movimentação. Mas há questões éticas que os americanos podem ter que discutir. Os pacientes não têm ciência de quais profissionais, e não apenas médicos, estão recebendo acesso a seus dados de prontuário. Lembrando que isso pode incluir nome e data de nascimento dessas pessoas. São dados sensíveis que desconhecidos recebem, sem o consentimento ou mesmo o conhecimento desses pacientes.

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Missões aparentemente nobres

A reportagem do Wall Street Journal explica que a Microsoft está trabalhando junto a hospitais da rede Providence para desenvolver um “algoritmo do câncer” por meio de anotações dos médicos. A Amazon possui acordo similar com o Fred Hutchinson Cancer Research Center. Porém, nesses casos, as empresas dizem que nem sempre têm acesso aos dados pessoais dos pacientes e que sequer precisam dessas informações.

Já a IBM trabalha com o Brigham and Women’s Hospital para obter dados que possam identificar cada paciente. Mas, de acordo com o hospital, a companhia de tecnologia ainda não teve acesso a essas informações.

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Por um lado, as intenções realmente podem parecer nobres e ajudam não apenas a melhorar a prevenção de doenças, mas também aceleram o atendimento de pacientes em hospitais cujos prontuários estejam disponíveis em um sistema centralizado. Por outro, segue a questão ética sobre o compartilhamento de informações pessoais sem o consentimento dos afetados. Uma questão que pode levar a movimentações por mudanças na HIPAA, que data de 1996, antes de tantos avanços tecnológicos.

Fonte: Wall Street Journal, Mashable