Alemanha fecha Boystown, rede de pornografia infantil com 400 mil membros
Por Felipe Gugelmin | Editado por Claudio Yuge | 03 de Maio de 2021 às 20h30
Autoridades alemãs anunciaram nesta segunda-feira (3) que encerraram uma das maiores redes de pornografia infantil do mundo. Conhecida como “Boystown” (Cidade dos Garotos, em uma tradução livre), a plataforma baseada na darknet foi criada em junho de 2019 e possuía mais de 400 mil usuários ao redor do mundo.
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Quatro cidadãos alemães com idades entre 40 a 64 anos foram presos — um deles no Paraguai —, sendo que pelo menos 3 deles são acusados de trabalhar junto com a administração da plataforma. Segundo autoridades locais, pelo menos 7 edifícios relacionados às atividades do grupo foram revistados durante a ação ocorrida na metade de abril.
Além deles, outro homem suspeito de compartilhar mais de 3,5 mil publicações foi preso, acusado de ser o membro mais ativo da plataforma. A Boystown era uma usada principalmente por pedófilos que compartilhavam imagens de crianças, principalmente garotos — os promotores envolvidos no caso afirmam que muito do material coletado mostra abusos severos ocorridos em todas as partes do mundo.
A investigação liderada pela Alemanha foi conduzida durante vários meses em cooperação com a Europol e forças policiais de países como Estados unidos, Canadá, Suécia, Austrália e Holanda. Segundo a promotora Julia Busswieler afirmou à CTV News, a plataforma trazia canais de voz em diversos idiomas para facilitar a comunicação entre seus membros.
Além de propiciar o compartilhamento de fotos e vídeos, a plataforma da darknet também permitia que seus frequentadores trocassem informações sobre a maneira mais segura e discreta de acessá-la. A ação foi bem-sucedida em encerrar as atividades da Boystown, bem como de outras redes que propagavam materiais com características semelhantes.
“Isso mostra uma mensagem clara: se você cometer ofensas contra os mais fracos, você não vai estar mais a salvo”, afirmou o Ministro do Interior da Alemanha, Horst Seehofer, em uma declaração reproduzida pelo site TechXplore. “Estamos responsabilizando os perpetradores e fazendo tudo que é humanamente possível para proteger crianças de crimes tão repugnantes”, complementou.
Fonte: TechXplore, DW, CTV