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Verme parasita rouba genes e controla a mente do hospedeiro

Por| Editado por Luciana Zaramela | 20 de Outubro de 2023 às 15h34

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Ivan Ivanovič/Unsplash
Ivan Ivanovič/Unsplash

Na última quinta-feira (19), um estudo publicado na revista científica Current Biology anunciou uma descoberta inusitada: o verme da espécie Chordodes formosanus tem a habilidade de "roubar" o código genético do hospedeiro para assim controlar a sua mente.

Para investigar como os vermes alcançaram esse mimetismo molecular, os pesquisadores realizaram uma análise genética deles antes, durante e depois de manipularem seus hospedeiros, os louva-a-deus.

O estudo permitiu descobrir que, ao virar os próprios genes de um louva-a-deus contra eles, os vermes sequestram seus hospedeiros com uma molécula que os faz marchar em direção à água. Depois que suas vítimas se lançam, os vermes adultos se contorcem e se libertam.

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Os pesquisadores escrevem que o ciclo de vida dessa espécie normalmente começa em lagoas, poças, piscinas e riachos, onde eclodem dos ovos antes de pegar carona até a costa, aderindo a insetos aquáticos.

Após serem comidos por louva-a-deus e grilos, eles crescem rapidamente dentro de seus hospedeiros, antes de liberar uma série de sinais bioquímicos para transformar suas vítimas em zumbis impotentes.

Vermes roubam código genético

Os cientistas perceberam, ainda, que quando um hospedeiro era manipulado, 4.500 genes do verme mudavam na sua expressão, enquanto as expressões genéticas do louva-a-deus permaneciam inalteradas. Trata-se de um sinal de que os vermes usam os genes para produzir as suas próprias proteínas.

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Ao pesquisar os genes envolvidos numa base de dados, os investigadores descobriram que 1.400 genes dos vermes em questão correspondiam aos pertencentes aos louva-a-deus. Esses genes estavam faltando em outras espécies que não usam louva-a-deus como hospedeiros.

Genes dos vermes

Anteriormente, um artigo também publicado na revista científica Current Biology lançou luz sobre uma característica dessa espécie: os vermes têm 30% menos genes do que os pesquisadores esperavam que tivessem.

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Esses genes ausentes são responsáveis ​​pelo desenvolvimento de cílios, pequenas estruturas no nível celular, que estão presentes basicamente em todos os animais, em protistas e algumas plantas e fungos.

Em outro estudo, dessa vez publicado na Nature Cell Biology, pesquisadores revelaram que o que um verme come pode afetar positivamente o cérebro dos filhos e até mesmo dos netos. O experimento analisou a espécie Caenorhabditis elegans, que curiosamente compartilha muitos genes com os humanos.

Fonte: Current Biology