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Uma em cada três pessoas sofre de misocinesia. Descubra se você é uma delas!

Por| Editado por Luciana Zaramela | 06 de Setembro de 2021 às 18h30

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Dotshock/Envato Elements
Dotshock/Envato Elements

Em algum momento a vida, você já se deparou com algum colega que batia insistentemente o lápis na mesa, durante as aulas do colégio, ou ainda daquela pessoa, em uma reunião, que chacoalhava as pernas incansavelmente, clicando a caneta sem parar? Para alguns, assistir a esses movimentos alheios pode causar profunda irritação. Inclusive, este tipo de estresse — que recebe o nome de misocinesia — é muito mais comum do se imagina.

Cerca de um terço da população se incomoda — com diferentes graus de irritabilidade — com esse tipo de comportamento, segundo pesquisa canadense. De acordo com o estudo publicado na revista Scientific Reports por pesquisadores da Universidade da Colúmbia Britânica (UBC), as sensações estressantes desencadeadas por ver os outros se inquietarem é um fenômeno psicológico extremamente comum. 

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Misocinesia ou misofonia?

Até hoje, o estranho fenômeno foi pouco estudado por cientistas e não deve ser confundido com a misofonia. Neste segundo distúrbio, as pessoas ficam irritadas ao ouvirem sons repetitivos, como o barulho do estalar dos dedos. No entanto, ambas as condições são semelhantes, mas os gatilhos se diferenciam, já que o de uma é visual e o da outra é sonoro.

"[Misocinesia] é definida como uma forte resposta afetiva ou emocional negativa à visão dos movimentos pequenos e repetitivos de outra pessoa, como ver alguém mexendo [repetitivamente] sem pensar com uma mão ou pé", detalha a equipe de psicólogos da UBC, no artigo científico.

Para melhorar a compreensão da ciência sobre esse problema, a equipe de pesquisadores canadenses conduziu a "primeira exploração científica em profundidade" da misocinesia, envolvendo mais de 4 mil voluntários.

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Quão presente a misocinesia é na sociedade? 

Através de uma série de experimentos envolvendo mais de 4,1 mil participantes, os pesquisadores canadenses mediram a prevalência da misocinesia em um grupo bastante abrangente de pessoas no país, que mesclava tanto a população em geral quanto universitários. A ideia era avaliar o impacto do grupo em assistir a movimentos repetitivos e buscar possíveis explicações.

"Descobrimos que aproximadamente um terço [um em cada três voluntários] relatou algum grau de sensibilidade à misocinesia aos comportamentos repetitivos e inquietantes de outras pessoas, conforme encontrados em suas vidas diárias", afirmaram os pesquisadores. No entanto, esse elevado nível de irritação pode ter conexão com a cultura do país e não necessariamente pode ser aplicado em outras populações.

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Por outro lado, "esses resultados apoiam a conclusão de que a sensibilidade à misocinesia não é um fenômeno restrito às populações clínicas, mas é um desafio social básico e até então pouco reconhecido, compartilhado por muitos [indivíduos] na população em geral", destacam os autores do estudo.

Sobre os pacientes que relataram essa irritação, "eles sofrem um impacto emocional negativo e experimentam reações como raiva, ansiedade ou frustração, bem como redução do prazer em situações sociais, ambientes de trabalho e de aprendizagem", explica o psicólogo Todd Handy, da UBC.

Por que achamos a inquietação tão irritante?

No estudo, os pesquisadores buscaram possíveis respostas para a origem da misocinesia. Uma das ideias era de que a irritação ocorria porque as pessoas não conseguiam desviar o foco do movimento repetitivo de alguém que estava no mesmo ambiente, ou seja, uma capacidade menor em abstrair distrações. No entanto, nenhuma evidência que comprovasse essa justificativa foi encontrada. 

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Outra possibilidade é de que os neurônios espelho estariam em ação. "Esses neurônios são ativados quando nos movemos, mas também ativam quando vemos os outros se movendo. Por exemplo, quando você vê alguém se machucar, você também pode estremecer, pois a dor é refletida em seu próprio cérebro", explica Sumeet Jaswal da UBC.

Através dessa possível explicação, é possível pensar que pessoas com tendência à misocinesia podem ter, na verdade, empatia inconsciente com a psicologia dos inquietos. “Um motivo pelo qual as pessoas se inquietam é porque estão ansiosas ou nervosas, então quando os indivíduos que sofrem de misocinesia observam alguém inquieto, eles podem refletir isso e se sentirem ansiosos ou nervosos também”, especula Jaswal.

Só que esta ideia também não foi comprovada na pesquisa recém-publicada. Agora, novos estudos da universidade devem aprofundar as descobertas sobre a misocinesia. "Para aqueles que sofrem de misocinesia, você não está sozinho", lembrou Handy. "Seu desafio é comum e é real", completou o psicólogo.

Para acessar o artigo completo, clique aqui.

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Fonte: Science Alert